Estação do TGV de Gaia cria “polo intermodal de transportes”
A futura estação ferroviária de alta velocidade de Santo Ovídio, em Gaia, fará parte de um “polo intermodal de transportes”, incluindo mobilidade suave e parque de estacionamento, segundo disse fonte da Infraestruturas de Portugal.
“A estação de Vila Nova de Gaia em Santo Ovídio fará parte de um polo intermodal de transportes que, no seu conjunto, reunirá ferrovia de alta velocidade e convencional, sistema de Metro do Porto, transportes públicos rodoviários, acessibilidades rodoviárias, cicláveis e pedonais, e Park & Ride [parque de estacionamento]”, pode ler-se numa resposta da Infraestruturas de Portugal à agência Lusa.
A Infraestruturas de Portugal é responsável pela estação no âmbito do projeto de alta velocidade ferroviária Lisboa – Porto e encomendou ao arquiteto e urbanista catalão Joan Busquets um plano de urbanização para a estação, à semelhança do que fará no Porto, em Coimbra e em Leiria.
“Esta estação irá servir o concelho de Vila Nova de Gaia e toda a zona sul da Área Metropolitana do Porto e, mediante uma articulação com o sistema do Metro do Porto, também a parte ocidental da cidade do Porto”, referiu a Infraestruturas de Portugal.
A empresa detalhou que “a solução de estação que se pretende implementar contempla uma frente mais a norte, nas proximidades da estação de D. João II da linha Amarela do Metro do Porto, e outra mais a sul, nas proximidades da Praça [Rotunda, sic] de Santo Ovídio, com articulação com a futura estação da linha Rubi do Metro do Porto”, que ligará Santo Ovídio à Casa da Música.
“No que diz respeito aos transportes públicos rodoviários, está previsto que o PU [plano de urbanização] contemple um terminal em zona adjacente à estação”, referiu ainda a Infraestruturas de Portugal.
No entanto, numa resposta a questões da Lusa a 28 de setembro, fonte oficial da Câmara de Gaia disse que “dada a relevância da intervenção, o espaço de terminal rodoviário para autocarros será contido, uma vez que se prevê uma zona de passagem de autocarros, mais do que um modelo rígido de terminal e estacionamento dos mesmos, numa lógica de valorização urbana e de espaço público qualificado”.
O plano urbanístico de Joan Busquets para a estação ferroviária de alta velocidade, em Santo Ovídio, tem “enorme potencial de arejamento urbanístico” numa zona densamente construída, disse a fonte da Câmara de Gaia, visando “a reorganização de mobilidade, paisagística e urbanística do local, valorizando-o como uma das principais entradas na cidade”.
Já a Infraestruturas de Portugal referiu que o plano de urbanização incluirá “uma reflexão geral sobre um perímetro alargado da zona envolvente da estação, para garantir a correta articulação das medidas do PU com o tecido urbano adjacente, a adequada integração da nova estação na cidade e, mais concretamente, no meio urbano envolvente e assegurar, no curto/médio prazo, o desenvolvimento urbano sustentável e qualificado da zona envolvente da estação”.
A estação da alta velocidade de Vila Nova de Gaia ficará situada num túnel na zona de Santo Ovídio, no descampado nas traseiras da Fundação Couto, e quanto ao arranjo urbanístico concreto e as ligações às diferentes zonas e infraestruturas de transportes na zona, “ainda não estão definidas em absoluto, fazendo parte do trabalho a desenvolver entre os serviços municipais e o arquiteto Busquets”.
O projeto de alta velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e 15 minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia.
O desenvolvimento do projeto e construção da primeira fase (Porto – Soure) está previsto para os intervalos entre 2024 e 2028, e o Soure – Carregado (a ligação a Lisboa terá desenvolvimento posterior) entre 2026 e 2030.
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