Redução do risco sísmico em infraestruturas críticas
Enquadramento
Na história de Portugal há o registo da ocorrência de eventos sísmicos destruidores. É também facto aceite e cientificamente comprovado que os sismos são fenómenos recorrentes, dado que se sabe quais os seus mecanismos de geração. Isto implica que zonas como Portugal Continental e os Açores, que já foram atingidas no passado por fortes sismos, voltarão certamente a ser atingidos no futuro por sismos e tsunamis com forte potencial destrutivo.
A necessidade de melhor conhecer as consequências de um sismo nas infraestruturas e instalações críticas nacionais, quer nas suas “componentes estruturais”, quer nos chamados “elementos não-estruturais”, fundamentais para garantir a operacionalidade das instalações (este último aspecto mais difícil de avaliar), tem vindo a suscitar um interesse crescente junto da comunidade científica e técnica ligada à temática.
Com efeito, a relevância das infraestruturas críticas em situação de emergência, para a economia e para a vida das pessoas, tem vindo a crescer e a ser reconhecida à medida que o tempo tem passado. A evolução desta temática ao longo do último século foi extremamente importante, especialmente nas sociedades mais industrializadas e quando as comunidades são atingidas por eventos de grande impacto. Basta pensarmos que se faltar a energia elétrica se dá imediatamente um fenómeno em “cascata”, em que tudo o que dependa de electricidade fica automaticamente com a sua funcionalidade comprometida: nada funciona sem energia, como sejam os hospitais, que, para mais, são o grande suporte à emergência pós-sismo; as comunicações digitais; as ligações físicas; a gestão e governação, etc., etc. Há elementos coadjuvantes, como os geradores eléctricos, as transmissões por satélite, etc., mas a grande maioria de infra-estruturas deixa de funcionar.
Acresce-se a estes problemas que os quadros técnicos e dirigentes não se encontram, na generalidade, preparados para acontecimentos raros, pois não foram educados para tal. Os currículos das faculdades não facilitam a preparação das pessoas nas áreas da engenharia electro-mecânica e da gestão, e apenas uma pequena parcela de engenheiros estruturais conseguem lidar com estes aspectos. (...)
Em colaboração com Mário Lopes, professor auxiliar – DECivil, Instituto Superior Técnico
Artigo completo na Construção Magazine nº113 jan/fev 2023, dedicada ao tema 'Segurança sísmica em infraestruturas críticas'
Instituto Superior Técnico, CERIS
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