Estabilização das arribas da Nazaré consignada e concluída em 8 meses
A obra de estabilização das arribas da Nazaré, um investimento de quase 1,7 milhões de euros, foi consignada na semana passada e deverá ficar concluída em oito meses.
A intervenção era reivindicada há uma década pelo presidente desta autarquia do distrito de Leiria, Walter Chicharro, que desde o seu primeiro mandato, em 2013, tem alertado a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Governo para a estabilização das arribas: “Por força do perigo para pessoas e bens, mas, naturalmente, não esquecendo que o promontório da Nazaré e a sua imagem são determinantes para a identificação da vila”, disse o autarca à agência Lusa.
“É muito bom perceber que a obra vai ser feita e que, inclusivamente, a sugestão que a Câmara Municipal fez (...) de que a área da arriba por cima da plataforma superior do ascensor devia de ser intervencionada, também foi considerada pela APA e faz parte deste projeto”, afirmou Walter Chicharro, após a consignação da obra.
A intervenção, orçada em 1 697 400 euros, vai decorrer no Sítio da Nazaré, entre o ascensor e o Largo de Nossa Senhora da Graça, e na área superior ao túnel do ascensor, de acordo com o projeto apresentado pela APA.
A obra inclui a remoção de muros existentes e a criação de uma nova barreira com perfis metálicos, a limpeza de vegetação, a criação de um sistema de caleiras de pavimento para recolha de águas pluviais e a criação de uma plataforma suspensa no Bico da Memória.
Na zona superior ao ascensor, além da limpeza a remoção de vegetação, serão feitos muros em alvenaria e será colocada uma rede metálica de proteção reforçada. Será também criada uma barreira dinâmica flexível para proteção do canal do ascensor e uma vala de escorrência de águas pluviais.
Com uma duração estimada de oito meses, a estabilização vai iniciar-se na área superior ao ascensor, respondendo a uma exigência da autarquia no sentido de limitar o tempo de paragem daquele transporte.
A proposta da autarquia foi para que a paragem ocorresse “durante um ou dois meses e sempre fora da época alta”, solução que contribuirá “para que a obra tenha o mínimo de impactos possíveis naquilo que é a dinâmica da Nazaré, alargada ao ano inteiro”, e para que “o dia-a-dia dos nazarenos” e dos turistas “seja prejudicada o mínimo possível, ainda que esta seja uma obra estruturante para o concelho”, explicou o presidente.
O passo dado agora com a consignação da empreitada deixou “extremamente satisfeito” o secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, que incluiu esta obra no conjunto de investimentos “estruturais e prioritários” para que o país e o litoral “possam fazer face aos desafios” das alterações climáticas.
Hugo Pires destacou obras como o reforço e reestruturação dos esporões do rio Alcoa, na Nazaré, com um investimento de 3,8 milhões; a reabilitação dos esporões do rio Lis, com um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros; e as dragagens da Lagoa de Óbidos, com um investimento de 14,7 milhões de euros.
Estas intervenções, segundo o secretário de Estado, “refletem um investimento de 21,2 milhões de euros na região”, parte de um investimento mais global de 140 milhões de euros que o Governo tem projetado para o litoral e previsto no Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, dos quais “107 milhões de euros já estão aprovados”, disse.
“É importante todos termos a consciência de que perdemos 13,3 quilómetros quadrados do nosso território nos últimos 60 anos”, sublinhou o secretário de Estado, vincando a importância das intervenções no âmbito dos Programas de Orla Costeira, do Programa COSMO e do Plano de Ação Litoral XXI.
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