Influência da aplicação de ETICS no reforço de isolamento acústico em fachadas
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O aumento dos níveis de ruído no exterior, particularmente em meios urbanos ou na proximidade com grandes infraestruturas de transportes (ou outras grandes fontes de ruído), aliados às preocupações relativas à qualidade de vida, tem conduzido a uma crescente procura de soluções de fachadas de elevado desempenho acústico.
Para fachadas “tradicionais”, com paredes pesadas em betão ou em alvenaria, o isolamento sonoro em relação ao exterior depende fortemente dos vãos, nomeadamente do vidro, do caixilho e de eventuais caixas de estores e/ou de grelhas de ventilação (quando existem). Se um destes elementos conferir um baixo isolamento acústico, o isolamento global da fachada fica geralmente comprometido, uma vez que o isolamento global depende sobretudo do isolamento do elemento mais fraco e da sua área. Em fachadas mais leves ou em fachadas de parede simples de alvenaria reforçadas termicamente, com vãos de elevado desempenho, a contribuição da parede de fachada pode passar a ser condicionante.
Hoje em dia, com as elevadas exigências de eficiência energética em vigor, quer em edifícios existentes a reabilitar, quer sobretudo em novos edifícios, é cada vez mais frequente a opção por paredes simples em alvenaria ou por paredes leves com multicamadas, reforçadas termicamente pelo exterior com ETICS (external thermal insulation composite system). Na presente coluna são apresentados e avaliados resultados de ensaios acústicos de dois tipos de soluções de ETICS, uma recorrendo a uma camada de isolamento em painel rígido de lã de rocha e outra para a solução mais comum em EPS (poliestireno expandido).
A fórmula que permite calcular o isolamento global de uma fachada, em função dos valores de 
conferidos pelos vários elementos que a constituem é dada por:
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(1)
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em que 
é o índice de isolamento sonoro padronizado da fachada, 
é o volume do espaço, 
é o tempo de reverberação de referência (igual ao requisito 
ou igual a 0,5, quando não se aplica requisito ), 
é a área total de fachada (igual a 
), 
é a área de cada elemento de fachada 
e 
o índice de redução sonora conferido pelo elemento .
Na Figura 1 são apresentadas, de forma esquemática, as soluções avaliadas experimentalmente em laboratório (no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra), que neste caso correspondeu a uma parede de base (referência) constituída por duas camadas sobrepostas de gesso cartonado, uma estrutura em LSF (Light Steel Frame) de 90 mm de largura, com caixa de ar totalmente preenchida com lã mineral de baixa densidade, e uma placa de OSB com 12 mm de espessura. Sobre esta parede de base foram aplicadas duas soluções de ETICS, com dois tipos de isolamento, ambos com 50 mm de espessura, e um revestimento delgado armado com cerca de 4 mm de espessura.
Os dois tipos de isolamento corresponderam a um painel de EPS de 20 kg/m3 (classe E de reação ao fogo), e a um painel rígido de lã de rocha de 100 kg/m3, supostamente de melhor comportamento acústico e classe de reação ao fogo A1. Este tipo de solução é correntemente utilizado na construção em LSF e o objetivo principal do ETICS é o de permitir uma correção das inúmeras pontes térmicas criadas pela estrutura (montantes metálicos). (...)
Figura 1 – Esquema construtivo com os 3 tipos de soluções ensaiadas em laboratório: a) parede leve de referência; b) uma solução de reforço de isolamento térmico em ETICS com EPS; c) ou uma solução de reforço em ETICS com lã de rocha.
Membro do Conselho Científico da Construção Magazine / Professor na UC
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