Reutilização turística do património edificado: oportunidade ou ameaça à sustentabilidade do setor?
Artigo Pago
Artigo Pago
Para ter acesso ao artigo completo, faça
Login
Abordagens ao Desenvolvimento Turístico
Existe um amplo consenso entre académicos, decisores políticos e opinião pública, em geral, de que qualquer iniciativa que vise iniciar ou incrementar um processo de desenvolvimento da atividade turística num dado contexto geográfico deverá ter como principal beneficiária a sua comunidade residente. Porém, a forma de o garantir está longe de ser consensual. A este nível, as perceções dos atores envolvidos são moldadas por muitas variáveis ainda pouco estudadas, tais como ideologia política, visão estratégica e interesses económicos próprios, entre outras.
Assim, visões ultra-neoliberais, aliadas a uma falta de visão estratégica de decisores políticos e empresários do setor têm vindo a favorecer, desde o advento do turismo como indústria, crescimento turístico autorregulador, sem qualquer intervenção por parte de algum tipo de organismo coordenador do modelo de desenvolvimento adotado nem a aplicação de qualquer tipo de planeamento estratégico. Independentemente do pendor ideológico de investigadores e decisores na área do turismo, esta lógica é hoje considerada anacrónica, uma vez que provou ter efeitos ambientais e socioeconómicos nefastos paras as comunidades de acolhimento.
O turismo de massas, por meio do qual comunidades de acolhimento inteiras foram literalmente forçadas a deixar as suas atividades económicas tradicionais ou, em alternativa, a abandonar o território outrora seu, foi fruto de uma abordagem que encorajou o crescimento desregulado do setor. Nestes contextos, todo o processo de desenvolvimento turístico é quase invariavelmente conduzido de forma exógena, protagonizado por interesses externos às comunidades residentes.
Esta abordagem tem habitualmente terreno fértil em contextos socioculturais que favorecem uma lógica de desenvolvimento top-down, facilitada pela existência de uma sociedade civil com escassos níveis de participação na tomada de decisões e com fraco poder reivindicativo, que aceita as decisões que vêm do poder político ao invés de as exigir e monitorizar. (...)
João Vaz Estêvão, Instituto Politécnico de Viseu; Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego; docente – Departamento de Gestão, Administração e Turismo; diretor – Licenciatura em Gestão Turística, Cultural e Patrimonial
Artigo Pago
Artigo Pago
Para ter acesso ao artigo completo, faça
Login
Outros artigos que lhe podem interessar