Reabertura do troço Pocinho-Barca d'Alva na Linha do Douro rondará os 75ME
O estudo de viabilidade técnica e ambiental da reabertura do troço Pocinho – Barca d’Alva, na Linha do Douro, estima que o projeto ronde os 75 milhões de euros, dos quais 59 milhões serão destinados a obra.
Em comunicado, a Câmara Municipal do Peso da Régua, no distrito de Vila Real, adiantou que a grupo de trabalho para a reativação da Linha do Douro até Barca D’Alva se identificou com o estudo de viabilidade para a reabilitação daquele troço ferroviário realizado pela Infraestruturas de Portugal.
Estima-se que a reabilitação daquele troço ronde os 75 milhões de euros, dos quais 59 milhões serão destinados a “obra e o restante a estudos, projetos, fiscalização e estaleiro”.
Em termos de tempo de percurso, o estudo indica que a reabertura deste troço da Linha do Douro representa um “ganho superior a 30 minutos”, quando comparado com a alternativa rodoviária existente.
“A reabertura desde troço da Linha do Douro irá potenciar a coesão territorial, uma vez que será feita a ligação de territórios do litoral ao interior, através de uma linha ferroviária, que faz parte integrante da história, da economia e da vida das populações, a qual acompanha, desde o município de Baião a Barca D’Alva, a única via fluvial navegável, identificada no mapa da rede transeuropeia de transportes”, salientou a autarquia, citando a comissão de trabalho.
Ao mesmo tempo, o estudo conclui que a reabertura do troço ferroviário irá “aumentar significativamente a oferta turística da região” e que a economia regional será “influenciada positivamente” com o aumento do fluxo turístico previsto, traduzindo-se numa “dinamização” tanto do comércio, como alojamento local, restauração e, consequentemente, emprego.
O município recordou também que a reabertura do troço irá contribuir de forma positiva para a meta das alterações climáticas, uma vez que a circulação será assegurada por material circulante elétrico, “não havendo emissões de gases com efeito de estufa”.
“A utilização de um modo de transporte mais eficiente permitirá a transferência de modos de transporte mais poluentes, como é o caso do rodoviário e fluvial, com redução significativa de emissões de ruído e vibrações, o que contribuirá para a qualidade de toda a região”, referiu, destacando também a valorização do território e usufruto do património e preservação.
“A Linha do Douro, na sua plenitude, permitirá unir áreas de património cultural e natural classificados, nomeadamente o Alto Douro Vinhateiro, o Parque Arqueológico do Vale do Côa e o Parque Natural do Douro Internacional”.
A Associação Vale d’Ouro classificou a 6 de abril como “inqualificável e inexplicável” o atraso na eletrificação da Linha do Douro, mostrando-se preocupada com o facto de a empreitada “não possuir” atualmente financiamento em “qualquer quadro comunitário”.
“Este atraso é inqualificável e começa a ter contornos muito estranhos, a região merece mais respeito e o país merece uma explicação para tantos atrasos”, afirmou o presidente da direção da Vale d’Ouro, Luís Almeida, citado em comunicado.
Em novembro do ano passado, a IP celebrou com a GEG – Gabinete de Estruturas e Geotecnia um contrato de aquisição de serviços para a realização para o estudo da “viabilidade de reabilitação da ligação ferroviária Pocinho – Barca d’Alva”, no valor de 174,9 mil euros mais IVA.
No dia 21 de maio do ano passado, na Régua, foi formalizado o grupo de trabalho para estudar e definir o modelo de reabertura do troço da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva.
A Linha do Douro desenvolve-se ao longo de 191 quilómetros, de Ermesinde (Porto) a Barca d´Alva (Guarda), estando eletrificada até Marco de Canaveses (Porto).
O troço ferroviário de 28 quilómetros entre o Pocinho e Barca d’Alva foi encerrado em 1988.
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