Portugal entre os países da UE com mais acidentes de trabalho no setor da construção

FOTO XIAOCI YU/ UNSPLASH

Portugal registou em 2022 a 3.ª maior taxa de acidentes de trabalho não mortais e a 6.ª de acidentes mortais na União Europeia, com o setor da construção a liderar a lista das atividades económicas com maior incidência

Segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) e do Eurostat, Portugal contabilizou, em 2022, 2 542,7 acidentes de trabalho não mortais por 100 mil empregados, sendo o 3.º país da União Europeia com maior incidência, atrás apenas da Dinamarca e França. O número representa 1,7 vezes a média da UE e afeta particularmente o setor da construção, que registou uma taxa de 6 516,1 por 100 mil trabalhadores.

No mesmo ano, a taxa de acidentes de trabalho mortais atingiu os 2,9 por 100 mil empregados, colocando Portugal na 6.ª posição entre os 27 países da UE, também com um rácio 1,7 vezes superior à média comunitária.

A tendência de subida destes acidentes iniciou-se após a quebra registada em 2020, ano marcado pela pandemia. Os dados revelam ainda uma persistente disparidade de género, com os homens a apresentarem taxas de incidência significativamente mais elevadas.

Entre os setores mais afetados além da construção, destacam-se as atividades administrativas e dos serviços de apoio (5 885,3), captação e tratamento de água (5 553,3), e indústrias extrativas (5 518,4).

A saúde ocupacional continua igualmente a preocupar. Em 2020, quase meio milhão de portugueses referiram problemas de saúde relacionados com o trabalho, com 59,9 % a apontarem lesões músculo-esqueléticas como as mais graves. A pressão de prazos e a sobrecarga de trabalho afetavam mais de 40 % da população empregada, sendo fatores de risco importantes para a saúde mental no local de trabalho.

Os dados foram divulgados por ocasião do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, comemorado a 28 de abril.

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