Organismos portugueses de investimento imobiliário batem novo recorde

Christina Genet
O estudo anual da N2AM – SGOIC revela um forte crescimento dos investimentos imobiliários em Portugal, mantendo uma tendência iniciada em 2022.
A indústria nacional de fundos de investimento imobiliário continua a crescer em 2025. É o que revelou a 2.ª edição do estudo anual da N2AM – Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Coletivo (SGOIC), intitulado “Organismos de Investimento Alternativo Imobiliário – Retrato da Atualidade em Portugal”, divulgado no passado dia 23 de julho. O relatório aborda os principais indicadores económicos e as dinâmicas do investimento imobiliário em Portugal, destacando a evolução anual do mercado com uma contextualização de longo prazo.
O relatório assinala um aumento homólogo de 19 % no número de veículos ativos e de 21 % no valor gerido pelos fundos de investimento imobiliário, em abril de 2025. Isso traduz-se em 321 fundos ativos em Portugal, responsáveis pela gestão de 17 852 milhões de euros – valores inéditos que já ultrapassam os resultados recorde registados no final de 2024. Outro indicador da dinâmica do setor é o número de sociedades gestoras em atividade, num total de 67 entidades contabilizadas em abril. Este valor tem-se mantido estável entre os 50 e 60 operadores ao longo da última década.
Um “enorme potencial” para o setor da habitação
Entre 2016 e 2021, a indústria manteve uma dimensão com padrões anuais de cerca de 200 fundos ativos e um valor sob gestão de aproximadamente 10 500 milhões de euros. No entanto, 2022 marcou a inversão deste ciclo de estabilização, observado desde o período pós-troika e pós-pandemia. Nesse ano, verificaram-se aumentos de 12 % no número de fundos e de 10 % no montante gerido.
A grande maioria dos fundos, 76 %, refere-se atualmente a imóveis concluídos, sendo que apenas uma minoria, 6 %, se destina à habitação. No entanto, de acordo com Nuno Marques, cofundador e administrador da N2AM, os fundos apresentam “um enorme potencial de expansão, especialmente no atual momento de mercado, em que é necessário criar mais oferta e em que os fundos podem ser um motor importante no desenvolvimento de projetos vocacionados para a habitação”.
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