Novas tendências na Manutenção de Edifícios
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Atualmente, colocam-se novos desafios à manutenção de edifícios tendo em conta as atuais preocupações a nível mundial. Neste artigo, são identificados e analisados esses desafios aplicados aos edifícios existentes durante o seu ciclo de vida: sustentabilidade; transição digital; manutenção pós-COVID e alterações climáticas. Procura-se refletir de que forma estes desafios podem ser promotores da prática da manutenção e em que medida as atuais abordagens são afetadas.
A manutenção é definida segundo a ISO 15686-1 como a combinação de todas as ações técnicas e administrativas (por exemplo, planeamento, gestão da documentação) de modo a que os edifícios e os seus elementos desempenhem, durante a vida útil, as funções para as quais foram projetados. Nos últimos anos, vários desafios têm sido colocados à engenharia civil e à manutenção de edifícios, motivados por exigentes diretivas europeias em termos energéticos (Diretivas 2002/91/CE, 2010/31/EU e 2012/27/EU) e ambientais. Neste artigo, procura-se refletir de que forma estes desafios podem ser promotores da prática da manutenção, que é uma atividade económica que tem impacto no ambiente construído, natural e na sociedade.
A procura de uma maior sustentabilidade na construção, ISO 6707-3, ISO 21930, veio reforçar a importância da análise do ciclo de vida dos edifícios e a sua componente temporal. Nesta perspetiva não é só importante, na fase de projeto, conceber edifícios preparados para as intervenções ao longo do tempo como é, também, crucial planear ações de manutenção para garantir adequados níveis de desempenho dos edifícios e padrões de conforto e de segurança aos seus utilizadores.
A manutenção otimizada no ciclo de vida do edifício
A vida útil de um edifício de acordo com a ISO 15686-1 corresponde ao período de tempo, em anos, em que o edifício cumpre ou excede os requisitos mínimos de desempenho, com manutenção frequente durante um período economicamente viável. De acordo com a ISO 6707-1, o edifício inclui o invólucro, elementos estruturais e não estruturais, acabamentos, equipamentos e elementos exteriores. A identificação das várias vidas úteis dos elementos do edifício ajuda a planear a manutenção, uma vez que as necessidades dependem da degradação/desempenho de cada elemento e do seu fim de vida útil. Neste contexto, um bom planeamento da manutenção exige uma abordagem integrada destas necessidades e uma otimização dos recursos utilizados, dependendo sempre do acesso para a realização dessas ações.
Por outro lado, à vertente temporal do edifício acrescenta-se a perspetiva do custo global, que inclui todos os custos desde o projeto até à remoção ou reutilização de cada elemento. A aplicação da técnica do LCC (Life Cycle Costing), abordada na ISO 15686-5, permite transformar os custos futuros de manutenção em custos presentes, através de taxas e períodos de análise economicamente adequados, estabelecendo cronogramas previsionais de manutenção que podem ser monitorizados ao longo do tempo. (...)
Em colaboração com Ana Silva, engenheira civil, investigadora pós-doutorada, CERIS, DECivil, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
Artigo completo na Construção Magazine nº103 mai/jun 2021, dedicado ao tema 'Manutenção de Edifícios Correntes'
Engenheira civil
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