Lançado concurso de 40ME para construir Barragem do Pisão no Crato
A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo anunciou que decidiu lançar o concurso, no valor de 40 milhões de euros, para a construção da Barragem do Pisão, no Crato, no distrito de Portalegre.
O investimento “tem uma importância muito grande para o território, porque permite ficar com uma abundância de água para oito dos 15 concelhos [cerca de 50 mil habitantes]” e produzir energia capaz de satisfazer mais de metade das necessidades de consumo de todo o Alto Alentejo, afirmou o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, à agência Lusa.
A empreitada agora lançada, e que vai estar pronta dentro de dois anos, inclui a própria parede da barragem e a central mini-hídrica, acessos à barragem e à central, a torre de tomada de água, a galeria de derivação provisória, duas estações elevatórias (uma para abastecimento urbano e outra para rega do bloco do Crato), um descarregador de cheias e o desvio provisório do rio para permitir a construção da própria barragem.
A altura máxima da barragem acima da fundação vai ser de 54 metros e a albufeira criada vai ter 726 hectares de área inundada, tendo capacidade para 116,2 hectómetros quadrados de armazenamento total.
Numa segunda fase, que implica o lançamento de um outro concurso público no primeiro semestre de 2024, a barragem garantirá água para regar cerca de cinco mil hectares de campos agrícolas.
“Os agricultores vão poder praticar uma agricultura distinta da que vinha a ser praticada”, acrescentou o autarca.
O Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, também conhecido por Barragem do Pisão, vai envolver um investimento total de 171 milhões de euros, dos quais 120 milhões estão inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência.
A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo é a responsável pela execução do projeto e, segundo o cronograma submetido à Comissão Europeia, as obras de construção da Barragem do Pisão estarão terminadas em julho de 2026.
Com a empreitada, a aldeia do Pisão, com uma centena de habitações e 70 residentes, ficará submersa, o que vai obrigar a construir uma nova aldeia e a deslocalizar os habitantes dentro de três anos.
“É um processo relativamente pacífico, porque o projeto [da barragem] tem sete décadas e já está muito amadurecido pela população”, disse Joaquim Diogo.
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