A industrialização na construção sustentável

Um artigo publicado no portal europeu BUILD UP propõe uma abordagem industrializada, com recurso à produção em massa, automação e digitalização para cortar custos e acelerar processos
A reabilitação do edificado é uma necessidade comprovada, mas para a fazer em larga escala é necessário apostar na eficiência. A reabilitação industrializada é competitiva do ponto de vista dos custos, para além de reduzir emissões e aumentar a velocidade dos trabalhos.
Para além disso, a construção off-site pode reduzir em 10 a 15 % os resíduos associados à construção. Um estudo de 2019 da McKinsey demonstrou que a abordagem modular pode acelerar em 20 a 50 % os prazos dos projetos, e dar escala a esta forma de produzir também pode resultar em poupanças até 20 %.
Na Europa, há vários exemplos de aplicação. A Engiesprong é um projeto holandês de prefabricação, que pretende ser escalável e economicamente sustentável. O modelo está a ser replicado em França, Alemanha e Itália, com fundos europeus. Um dos projetos desta empresa foi a intervenção na Via Russoli, em Milão, onde um antigo complexo residencial foi alvo de remodelação para cumprir standards energéticos. Foram aplicadas fachadas com elementos de base natural, produzidas fora do local e sem recurso a andaimes e um sistema fotovoltaico. Também o projeto INFINITE, uma demonstração levada a cabo em diferentes locais da Europa, aplicou esta abordagem com a renovação de revestimentos de edifícios com recurso a técnicas modulares e industrializadas. Um dos casos é na Eslovénia, e inclui a instalação de painéis fotovoltaicos integrados em estruturas de madeira prefabricadas que podem ser colocadas nas fachadas ou cobertura. O projeto integra um sistema de distribuição para a ventilação e a água, que é climatizado por bombas de calor e usado para aquecimento e arrefecimento.
O artigo da BUILD UP identifica ainda algumas barreiras que é necessário ultrapassar para generalizar a construção off-site: a falta de qualificações, as disparidades regulatórias dentro dos diferentes estados-membros, os constrangimentos financeiros, que afetam sobretudo projetos pequenos, e a resistência cultural de alguns stakeholders.
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