Entrevista a Rita Marques

A Secretária de Estado do Turismo reconhece, em entrevista concedida por email, a margem de melhoria da conservação e valorização do património cultural português, e também a necessidade de criar modelos de negócio capazes de o potenciar, que envolvam empresas, residentes e visitantes.

Entrevista por Cátia Vilaça | Fotografia: D.R.

Segundo o recentemente divulgado Inquérito às Práticas Culturais dos Portugueses, do Instituto de Ciências Sociais, nos 12 meses anteriores à pandemia apenas 31 por cento dos portugueses visitou um monumento histórico, 28 por cento um museu e 13 por cento um sítio arqueológico. Há questões de atratividade do património e da nossa história que possam ser trabalhadas?

Naturalmente que sim. O nosso património cultural é vastíssimo e há muito espaço para melhorar, não só ao nível da sua preservação, mas também ao nível da sua valorização e divulgação, promovendo-se um acesso cada vez mais alargado à sua fruição. O setor do Turismo pode ser um parceiro importante em todas estas dimensões. De facto, o turismo tem sido um parceiro fundamental na recuperação de imóveis públicos de elevado valor patrimonial que não estão a ser usufruídos em condições desejáveis pelas comunidades e seus visitantes, também via articulação com os privados, para que estes tornem estes imóveis aptos para uma atividade económica lucrativa, com vocação turística, nomeadamente nas áreas da hotelaria, da restauração, das atividades culturais, ou outras formas de animação e comércio. O turismo tem sido também um parceiro importante na implementação da estratégia promocional e de venda do património de Portugal, integrado em destinos regionais e contribuindo para determinados produtos turísticos, como é o caso do turismo cultural, religioso ou científico.

O património, seja o natural ou o construído, pode funcionar como alavanca para o desenvolvimento do interior e da coesão territorial? Como cultivar essa relação?

Sem dúvida, o nosso património material e imaterial é o mais forte íman para descobrirmos o nosso território. Mas não basta. Há que criar modelos de negócio empresariais inovadores que gravitem à volta destes ativos. O ciclo de crescimento da atividade turística no país, cujos resultados até 2019 afirmavam o Turismo como o maior setor exportador nacional, tem exigido um esforço contínuo de investimento para que se alcancem patamares acrescidos de qualidade e de satisfação dos turistas. Por isso mesmo, o Turismo de Portugal lançou o programa Transformar Turismo, que visa justamente apoiar investimentos que assegurem condições para a contínua qualificação do destino, através, por exemplo, da regeneração e reabilitação dos espaços públicos com interesse e da valorização do património cultural e natural do país, promovendo, de igual modo, condições para a desconcentração da procura, para a redução da sazonalidade e, também, para a crescente criação de valor e de emprego no nosso interior. É assim que temos cultivado a relação entre o património e o desejável desenvolvimento dos territórios. (...)

Leia a entrevista completa na Construção Magazine nº108 mar/abril 2022, dedicada ao tema 'Património e Turismo'

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