Estudo: eficiência energética não é prioridade nos planos de renovação das habitações
Imagem: Pipcke/ pixabay
Estudo do Observador Cetelem concluiu que 53 % dos proprietários e 72 % dos arrendatários não consideram investir em melhorias de eficiência energética
Segundo os dados recolhidos pelo Observador Cetelem, marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance, e divulgados em comunicado, o consumo de energia é uma preocupação somente para 36 % dos inquiridos, no que concerne aos aspetos que mais contribuem para o aquecimento global: apenas um terço dos proprietários pensa em instalar painéis fotovoltaicos para reduzir os custos com eletricidade, sendo mais natural este investimento entre os proprietários de moradias (50 %). Este ceticismo é ainda mais evidente entre os inquiridos que possuem casas antigas, pois ponderam menos a instalação de soluções energéticas inovadoras. Já 77 % da amostra afirma não ter planos para substituir os sistemas de aquecimento por bombas de calor.
A predisposição para adotar medidas de eficiência energética varia em função da idade dos inquiridos: os consumidores entre os 35 e 49 anos mostram-se mais abertos à realização de obras (53%), contrastando com os mais velhos, com 65 anos ou mais (37 %). No entanto, a idade parece não ser o único fator a influenciar estas decisões, uma vez que a informação desempenha um papel significativo, havendo uma maior vontade de realizar obras entre os que conhecem as regulamentações que visam melhorar a eficiência energética dos alojamentos e edifícios (49 %). Os proprietários que se consideram bem informados, planeiam também mais a substituição de eletrodomésticos por modelos mais eficientes, comparativamente com 36 % dos menos informados que não planeiam fazê-lo.
Entre os proprietários que efetuaram recentemente obras nos seus imóveis, o investimento dedicado à renovação energética foi, para a maioria dos inquiridos (76 %), inferior a 10 000 euros, sendo a principal fonte de financiamento destes projetos os capitais próprios, provenientes de poupanças. Mais de metade investiram no isolamento térmico ou acústico, nomeadamente com a instalação de janelas com vidros duplos ou triplos (59 %). Ainda no âmbito do financiamento, embora 70 % dos proprietários afirmem estar bem informados acerca dos apoios disponíveis para a renovação energética das suas casas, mais de 60% não beneficiaram ou não esperam beneficiar desses apoios.
O estudo procurou ainda aferir quais os aspetos considerados prioritários pelos cidadãos para inverter o aquecimento global e promover a transição ecológica: 52 % dos portugueses identificaram o uso de transportes próprios como uma das principais causas das emissões de carbono. No que refere à habitação, a gestão de resíduos e a redução do desperdício são igualmente apontadas por 44 % dos inquiridos como fatores relevantes, a par do consumo de energia (35 %) e de água nas suas habitações (28 %).
Para este estudo foram entrevistados online 13 000 indivíduos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, selecionados a partir de amostras nacionais representativas de cada país participante (Bélgica, França, Alemanha, Itália, Polónia, Portugal, Espanha e Reino Unido).
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