Corrosão de armaduras no betão armado – causas, prevenção, reparação à luz da norma NP EN 1504

• 31 dezembro 2020, quinta-feira
• Betão EstruturalConstruções

A corrosão em estruturas de betão

A corrosão das armaduras é um dos principais agentes responsável pela deterioração de uma estrutura de betão armado. Os custos de reparação podem representar 3% do produto interno bruto (PIB) dos países desenvolvidos e chegar aos 5% onde climas severos com elevadas temperaturas e humidade relativa do ar são comuns, como no Médio Oriente. Usualmente, a corrosão é identificada através dos danos visíveis na camada de recobrimento, tais como fendilhação, destacamento do betão ou visibilidade de pontos de oxidação. A corrosão tem associados diversos efeitos nocivos para os elementos em betão armado, como sejam a redução da secção da armadura, a fissuração do betão ou o aumento das deformações. Estes efeitos podem comprometer a capacidade da estrutura, quer em estado limite último quer em estado limite de utilização.

A corrosão no betão é um fenómeno eletroquímico que ocorre quando há a existência de um eletrólito, diferença de potencial e a presença de oxigénio. É um processo que engloba uma reação anódica e catódica. Na zona anódica dá-se a oxidação do metal, onde este é dissolvido e ocorre a transferência de iões para a solução, que serão depois consumidos na reação catódica. Nas estruturas de betão, o betão protege a armadura tanto a nível físico como a nível químico. A proteção física é devida à camada de recobrimento promovida pelo betão envolvente. Por sua vez, a proteção química é devido à existência de um filme (película) de óxidos (Fe₃O₄ e/ou Fe₂O₃) na superfície do aço, designada por camada passiva, que é formada durante a hidratação do betão. A alcalinidade do betão, com um pH da ordem de 13, permite manter esta camada, protegendo as armaduras contra a corrosão. (...)

Em colaboração com Catarina Araújo, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Aveiro, e Rafael Anjos, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Aveiro

Artigo completo na Construção Magazine nº100 nov/dez 2020