Reforço sísmico do Viaduto Duarte Pacheco

O Viaduto Duarte Pacheco em Lisboa, com 355 m de desenvolvimento entre eixos dos encontros, foi construído entre 1937 e 1944, sendo a sua estrutura integralmente realizada em betão armado. O viaduto foi reabilitado em 2005 com o objetivo de reparar e proteger a estrutura face às anomalias existentes induzidas por reações expansivas no betão. Em 2022/24 foi realizada uma intervenção de reforço sísmico da estrutura.

A avaliação do comportamento sísmico do viaduto veio revelar deficiências relevantes que colocaram diversos desafios para a sua resolução. O viaduto é constituído por cinco estruturas independentes com muitas juntas de dilatação. Estas estruturas apresentam um comportamento dinâmico independente pelo que os deslocamentos induzidos pelos sismos originam o impacto entre os tabuleiros na zona das juntas.

A estrutura sobre o arco central e os viadutos de ligação entre arcos apresentam um comportamento sísmico inadequado na direção longitudinal devido à sua muito baixa rigidez e insuficiente capacidade de restituição lateral. Esta situação pode causar um movimento descontrolado destas estruturas com consequências imprevisíveis.

A análise das possíveis soluções de intervenção para resolver as principais deficiências relativas às juntas de dilatação, ao comportamento da estrutura sobre o arco central e ao comportamento dos viadutos conduziu a uma estratégia de intervenção que consiste na redução dos deslocamentos sísmicos.

A intervenção consiste no reforço das pilastras do arco central, na ligação dos viadutos e estrutura sobre o arco central às pilastras e na abertura de duas juntas sísmicas na junção do tabuleiro dos viadutos às pilastras dos arcos laterais. Com esta intervenção materializa-se um grande pórtico que constituirá a estrutura primária da obra na resistência aos sismos.

Descrição do Viaduto

O Viaduto Duarte Pacheco, com 355 m de desenvolvimento entre eixos dos encontros, foi construído entre 1937 e 1944. A Figura 1 ilustra o viaduto em causa.

O viaduto, integralmente realizado em betão armado, divide-se em cinco estruturas: 

  • Duas passagens superiores em arco, uma sobre a linha de caminho de ferro e outra sobre a Avenida do Parque Florestal de Monsanto. Cada uma destas passagens compõe-se de três arcos paralelos com 43 m de vão que descarregam em duas pilastras. 
  • Um arco central sobre a Avenida de Ceuta com 98,4 m de vão que se apoia em duas grandes pilastras. 
  • Dois viadutos de ligação entre as estruturas em arco com uma extensão de cerca de 85 m entre eixos de apoio nas pilastras e cinco tramos com 16,35 m de vão apoiados em quatro alinhamentos de pilares, três dos quais articulados longitudinalmente.

Todas as estruturas estão separadas por juntas de dilatação de cada lado das quatro pilastras, existindo ainda uma junta de dilatação no tabuleiro a meio vão do arco central. Contando com os encontros a obra apresenta 11 juntas de dilatação (...)

Em co-autoria com António Costa
A2P

Leia o artigo completo na Construção Magazine nº126 mar/abr 2025, dedicada ao tema "Pontes".

Júlio Appleton

Membro do Conselho Científico da Construção Magazine / Professor no IST

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