Estudo da Bain & Company revela recuperação da indústria da construção europeia

FOTOGRAFIA: Fotos-GE/ PIXABAY
Christina Genet
No seu mais recente estudo, a consultora analisa a evolução do mercado da construção no continente e deduz um regresso a um crescimento moderado.
Após um período prolongado de retração, a indústria da construção na Europa dá sinais de viragem, segundo o mais recente Building Blocks Construction Indicator da Bain & Company. O estudo indica que a combinação entre a descida das taxas de juro, uma maior estabilidade política a retoma gradual da procura está a criar condições para um crescimento moderado entre 2026 e 2028.
A consultora destaca que a procura por habitação e o reforço do investimento público em infraestruturas estão a impulsionar a recuperação. Os cortes nas taxas do BCE começam a estimular tanto os agregados familiares que voltam a investir em renovações, como as empresas que retomam projetos antes adiados. Paralelamente, o fim de vários ciclos eleitorais na Europa está a favorecer um ambiente de investimento mais previsível.
A falta de mão-de-obra continua a ser um obstáculo
As perspetivas variam, no entanto, entre países. Os mercados nórdicos e o Reino Unido deverão liderar a recuperação, com crescimentos anuais compostos entre 2 % e 4 %. A Alemanha apresenta também projeções sólidas, enquanto a França prevê um aumento mais moderado, sobretudo graças à construção residencial. A Itália permanece com exceção, com um ritmo de crescimento muito contido devido ao fim de incentivos públicos.
A falta de mão-de-obra continua, porém, a ser um dos principais obstáculos. O setor da construção enfrenta níveis elevados de vagas e uma força de trabalho envelhecida, o que está a acelerar a adoção de automação, robotização e soluções de construção modular. A consultora sublinha ainda o papel crescente da inteligência artificial na engenharia, nomeadamente na análise técnica, otimização de custos e gestão de prazos.
Embora os indicadores apontem para uma recuperação gradual, a consultora alerta para riscos persistentes, incluindo potenciais choques macroeconómicos e incertezas políticas que podem afetar o ritmo de crescimento. A recomendação central da Bain é que as empresas reforcem a sua capacidade operacional, ajustem preços à nova realidade financeira e mantenham planos de contingência para diferentes cenários.
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