O modelo tecnológico do Digital Twin

Imagem: Resultados de busca no Google Images para Digital Twin
Imagine-se a conduzir um automóvel sem ponteiros nem mostradores, velocímetro ou conta-rotações. Vai acima do limite de velocidade? O depósito - ou a bateria - estão a meio ou quase vazios? Os médios estão ligados? Depois de algumas semanas, e sustos, começará a “sentir” o estado do carro, mas não é necessário: os automóveis têm hoje dezenas de indicadores visíveis que nos alertam para portas mal fechadas, cintos de segurança, janelas abertas, pressão dos pneus e por aí fora. Serão estes indicadores já uma espécie de Digital Twin?
De forma simplificada, um Digital Twin é uma representação virtual e em tempo real de um objeto, processo ou sistema: o nosso automóvel ou edifício, mas também uma Urgência Hospitalar - pode imaginar o Hospital de São João, no Porto - onde o doente é admitido, triado e recebe uma pulseira colorida, espera até ser visto pelo médico, faz análises e uma TAC e por aí adiante até à alta.
Um Digital Twin não só espelha o estado real, mas também simula ou interpreta o seu comportamento. Assim, um modelo BIM de um edifício não chega a ser um Digital Twin enquanto não estiver ligado ao objeto físico e tiver alguma capacidade de interpretar os dados que recebe. Essa interpretação pode recorrer a um modelo de elementos finitos para explicar os deslocamentos e acelerações medidos, a modelos energéticos, simuladores de multidões ou a uma rede neuronal treinada com o histórico recolhido ao longo de anos. (...)
Por Ricardo Pontes Resende, Escola de Arquitetura e Tecnologia, ISCTE
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