Estruturas de madeira e usufruto da natureza (5): Parques infantis públicos

DR
Conclui-se neste artigo a apresentação de soluções à base de madeira para serem usadas como estruturas de apoio ao usufruto da natureza. Escolheu-se o tema dos parques infantis públicos para refletir sobre um equipamento em que existem muitas soluções no mercado, em geral muito industrializadas e não necessariamente executadas com base em elementos estruturais em madeira.
Não se pretende fazer um estudo comparado da madeira com outros materiais, nem refletir sobre a questão da industrialização numa perspetiva detalhada. Abordam-se as questões de forma genérica, seguindo uma lógica de “guia de conceção” numa perspetiva de projeto.
Enquadramento legal
O principal diploma legal aplicável a Parques infantis é o Decreto-Lei 203/2015, de 17 de setembro. Aplica-se a “…todos os espaços de jogo e recreio de uso coletivo, e respetivo equipamento e superfícies de impacto, destinados a crianças e jovens, qualquer que seja o local de aplicação”.
O referido DL 203/2015 não se aplica a “…equipamentos instalados em propriedade privada destinada a uso doméstico.”
Em termos de âmbito, o diploma “… estabelece as condições de segurança a observar na localização, implantação, conceção e organização funcional dos espaços de jogo e recreio, respetivo equipamento e superfície de impacto.
No final deste diploma legal, em anexo, existe uma lista de normas aplicáveis. A norma fundamental aplicável é a NP EN 1176 que inclui 11 partes, que se julga ainda não terem sido traduzidas para português. De todas as referidas normas, a mais importante, na perspetiva do projeto, é a EN 1176-1.
Breve descrição das soluções mais correntes disponíveis no mercado
Um parque infantil pode ser definido como um espaço de jogo e recreio de crianças e jovens, com acesso reservado, sendo obrigatoriamente vedado em todo o perímetro para respeitar as regras de implantação e distâncias de segurança definidas em.
Os documentos, bem como todas as partes aplicáveis da NP EN 1176 atrás referidas, são bastante exigentes em termos de regras de conceção arquitetónica e de verificação da segurança estrutural e de utilização, o que determina que, em geral, a maior parte das soluções disponíveis no mercado são fornecidas numa lógica de conceção-construção por operadores e fabricantes especializados do setor.
A maior parte dos parques incluem combinações de soluções industrializadas, incluindo balancés, escorregas e respetivas escadas ou rampas de acesso, baloiços, casinhas ou outras pequenas construções a imitar castelos ou muralhas, estruturas de treino de equilíbrio, jogos de escalada, entre outras.
É possível também encomendar projetos feitos por medida, seguindo uma conceção “mais aberta” como se julga ser o caso mais à frente analisado. (...)
Membro do Conselho Científico da Construção Magazine / Professor na FEUP
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