Edifício para os Museus Elysée e Mudac em Lausanne, Suíça

O conceito para o edifício

O conceito arquitetónico para o edifício foi estabelecido na fase de concurso de ideias em 2015. As instalações técnicas e de suporte à atividade dos museus deveriam situar-se num volume anexo destacado do principal, integrado na topografia existente que se prolonga sobre a sua cobertura e é cortada verticalmente pela sua fachada.

Deste modo, o volume central que alberga os dois museus destaca-se no centro do empreendimento em relação ao volume periférico. Assemelha-se a um cubo separado horizontalmente de forma irregular em duas partes, que se tocam em apenas três pontos interiores onde a topografia do pavimento e do teto se intersetam, simbolizando a coexistência dos dois museus num único edifício.

O “vazio” criado entre os dois volumes onde se concentram os serviços comuns aos museus pretende, pela sua transparência, ser uma extensão do amplo espaço público que se desenvolve desde a estação ferroviária, passando pelo recém-construído Museu Cantonal de Belas Artes (MCBA). As quatro fachadas da metade superior têm uma forma trapezoidal e materialidade contínua com o teto inferior que é formado por um conjunto de planos facetados com diferentes inclinações.

A extensão do edifício periférico para leste destinado ao programa complementar também se funde com a envolvente exterior através da replicação das arcadas em pedra existentes utilizando, todavia, um material também visualmente forte: betão. De facto, a uniformidade material é procurada pela Arquitetura através da utilização do betão aparente em todos os espaços públicos do projeto.

Evolução da solução estrutural

A primeira decisão conceptual de relevância foi a do número de apoios para a estrutura cúbica elevada com 43,8 x 43,8 m de área que deveria ser reduzido ao mínimo e com implantação no interior da área quadrada para obtenção da separação visual pretendida em relação à parte inferior do volume, assegurando também as necessárias condições para a estabilidade e acesso à parte superior.

Foram propostos três apoios não colineares posicionados próximo das fachadas, mas suficientemente afastados para que não fossem visíveis pelo exterior, e afastados o mais possível entre si para que a carga vertical sobre cada um fosse similar. Este é também o número mínimo de apoios numa estrutura tridimensional que evita momentos fletores nos apoios devido a cargas não balanceadas. Cada apoio foi materializado através de um núcleo retangular, com distâncias mínimas entre eles de 23,5 m, 24,3 m e 22,2 m, onde se incorporaram as caixas de escadas, elevadores e instalações técnicas.

A escolha da solução estrutural e composição das fachadas foi provavelmente o aspeto que envolveu maior estudo na fase de estudo prévio. Diferentes soluções foram propostas
e testadas, nomeadamente estrutura integral em betão à vista com parede dupla para incorporação de isolamento térmico, estrutura metálica revestida com painéis GFRC e estrutura metálica com revestimento contínuo em painéis cimentícios do tipo Aquapanel.

A opção preferencial para a arquitetura foi sempre a de betão branco à vista in situ, tendo sido equacionadas três alternativas desta tipologia:

  • a) sem juntas de construção / cofragem visíveis e sem tiges de estabilização da cofragem,
  • b) sem juntas de construção / cofragem visíveis, mas com tiges para estabilização da cofragem e
  • c) com juntas de construção / cofragem e tiges visíveis.

Cada um destes requisitos tem um impacto relevante na metodologia construtiva para as paredes. (...)

Por Rui FurtadoMiguel Pereira
Afaconsult

Leia o artigo completo na Construção Magazine nº 125, janeiro/ fevereiro 2025 dedicada ao tema "Betão Estrutural".

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