Edifício AHED – estrutura de betão armado e pré-esforçado

O edifício insere-se num lote de terreno com forma aproximadamente trapezoidal com dimensões máximas de 132 m por 180 m e tem área de implantação de 18 500 m². O piso 0 será implantado à cota altimétrica 9,5 m. O terreno envolvente apresenta uma pendente suave em direção à linha de costa e à ribeira adjacente ao lote, implicando por isso escavação de altura variável na área de implantação do edifício. A área de cada piso é variável, existindo por isso uma variação da forma do edifício em altura.

O edifício AHED, cuja obra foi finalizada em 2023, é parte integrante de um conjunto de edifícios novos, sendo este o único construído à data, e apresenta uma área de implantação de cerca de 2108 m², com dois níveis enterrados e três pisos acima da soleira. A estrutura do edifício é em betão armado pré-esforçado, com lajes apoiadas em bandas e vigas que descarregam em pilares e paredes de betão armado. A maioria das bandas e vigas são pré-esforçadas com monocordões ou cabos aderentes para garantir um comportamento adequado da estrutura em zonas de vãos de grande dimensão. A fundação é constituída por um ensoleiramento geral com capiteis invertidos.

Neste artigo são apresentados os pressupostos de conceção, dimensionamento e cálculo da estrutura deste edifício, construído em fase única, bem como os aspetos mais relevantes da obra.

CONDICIONANTES DE PROJETO

Geográficas

O edifício situa-se num terreno amplo, com uma pequena pendente e a cerca de 30 m da linha de costa.

Condicionantes Geológico-Geotécnicas e Hidrológicas

A empresa Teixeira Duarte realizou em 2018 um trabalho de prospeção geotécnica no lote. De acordo com o respetivo relatório o terreno é composto pelas seguintes camadas:

  • – Terreno superficial composto por aterros (C1), com espessura compreendida entre cerca de 0,50 m e 5,35 m.
  • – Calcário dolomítico com raras intercalações argilosas, muito fraturado (C2A).
  • – Calcário margoso, com algumas intercalações gresosas e argilo-margosas, medianamente a muito fraturado (C2B).

Na referida campanha foram realizadas 11 sondagens com cerca de 10 m de profundidade, distribuídas numa malha que cobre a totalidade do lote permitindo uma caracterização adequada. Foram realizados 8 perfis interpretativos da geometria destes complexos com base nessas sondagens.

A análise destes perfis põe em evidência os seguintes aspetos principais: No local ocorrem, à superfície, depósitos de aterro (Complexo C1), essencialmente arenosos e argilosos, com pedras e blocos de calcário, recobrindo formações calcárias cretácicas (Complexo C2). Com base na caracterização litológica das formações e do seu grau de fracturação foi possível distinguir duas unidades no Complexo C2:

  • – Uma unidade superior, constituída essencialmente por calcários dolomíticos cristalizados, muito fraturados (F4-5), que apresentam espessuras variáveis, na ordem dos 1,05 a 4,45 m de profundidade
  • – Complexo C2A;
  • – Uma unidade inferior constituída essencialmente por calcários margosos, em regra de aspeto apinhoado, com algumas intercalações de argilas margosas, medianamente fraturado (F3-4, com frequentes passagens F5) – Complexo C2B. (...)

Por Nuno Travassos, Engenheiro Civil, Especialista em Estruturas
Júlio Appleton. Engenheiro Civil, Especialista em Estruturas, Sócio-gente A2P

Leia o artigo completo na Construção Magazine nº 125, janeiro/ fevereiro 2025 dedicada ao tema "Betão Estrutural".

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