Conservação de estruturas militares defensivas em taipa

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O valor cultural dos monumentos e edifícios, o seu impacto social e, não menos importante, a intenção de aumentar o valor económico das regiões justificam e têm dado origem a várias intervenções de conservação e recuperação do património edificado. Muito se tem investigado e aprendido nas últimas décadas sobre como intervir no património edificado, aceitando-se hoje que as intervenções devem manter a identidade do edificado e serem o mais minimalistas e reversíveis possível.

As estruturas do património arquitetónico histórico, pela sua própria natureza e história, apresentam vários desafios no diagnóstico, reparação de causas e conservação que limitam a aplicação das atuais normas construtivas. A Carta do ICOMOS estabelece os princípios para a análise, conservação e restauro estrutural do património arquitetónico e continua a ser uma referência fundamental. Os valores intangíveis dos edifícios e das técnicas construtivas são agora também reconhecidos como elementos importantes a manter. Está em elaboração pelo ICOMOS uma Carta específica para a conservação do património histórico construído com terra.

No que diz respeito às estruturas militares defensivas construídas com taipa, as questões a abordar são numerosas e específicas de cada fortificação. Estas estruturas foram construídas usando a terra como material, escavada do solo do próprio local ou das imediações da construção. Para além de possíveis diferenças ao nível da tecnologia construtiva utilizada para a execução da taipa, como as características do solo variam de lugar para lugar, as características da taipa produzida também variam de construção para construção e, em grandes construções tais como muralhas extensas, até de zona para zona. 

Outro aspeto tem a ver com a velocidade de produção e a evolução ao longo do tempo das construções. Muito edificado defensivo foi construído com urgência, priorizando a velocidade sobre a qualidade, e a maioria foi submetido a melhorias, ampliações e adaptações a novas técnicas de combate, particularmente a balística, que evoluíram significativamente desde os tempos medievais até aos tempos mais recentes. (...)

Leia o artigo completo na Construção Magazine 129, setembro/outubro de 2025

António Sousa Gago

Membro do Conselho Científico da Construção Magazine

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