A Acústica no projeto de Conservação, Restauro, Requalificação e Modernização do Teatro Nacional de São Carlos

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O Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), inaugurado em 1793, é um dos mais antigos teatros da Europa e o único teatro lírico em Portugal.

Localizado na zona do Chiado em Lisboa, destina-se à realização de grandes produções de ópera, concertos sinfónicos, corais e bailado, tendo sido classificado como Monumento Nacional em 1996. Após diferentes obras realizadas durante a sua existência – 1877, 1936-40 e 1992 –, o TNSC carecia de uma intervenção significativa que o atualizasse e adaptasse às exigências do séc. XXI. 

Em 2023 deu-se início ao projeto de conservação, restauro, requalificação e modernização dos edifícios e equipamentos do Teatro Nacional de São Carlos, cuja obra está atualmente em curso. Trata-se de um projeto de enorme complexidade técnica e simbólica, que visa assegurar que o TNSC se mantém como uma referência da vida cultural portuguesa. Num projeto com estas características, a Engenharia Acústica assume um papel preponderante, ao lado da Arquitetura e da especialidade de Conservação e Restauro. 

A par da salvaguarda do património edificado, fundamental a um monumento nacional, alia-se a preservação do património acústico. Este conceito, muitas vezes ignorado, tanto para os edifícios históricos como para as paisagens sonoras no ambiente exterior, é já uma realidade em diversos países. Em Itália, em particular, são várias as salas de espetáculo (particularmente de ópera) cujas características acústicas foram registadas para a posteridade, dado o receio da ocorrência de catástrofes (naturais ou não) que as destruam, como já aconteceu, por exemplo, no La Scala de Milão ou no La Fenice em Veneza. Este tipo de preservação patrimonial acústica foi usado no âmbito da presente intervenção no TNSC e passou pela medição exaustiva das características acústicas tanto da Sala Principal como de outros espaços de performance neste edifício. Este levantamento incluiu a gravação das funções de resposta ao impulso, mono e binaurais, para posterior utilização em processos de auralização que permitem recriar, em ambiente virtual, a acústica das salas do TNSC. Felizmente, a academia começou já em Portugal a dar os seus primeiros passos com a aplicação destes procedimentos a outras salas de espetáculos. 

Com estas premissas em mente, o conceito da intervenção da especialidade de Engenharia Acústica, neste edifício, fundamentou-se na ponderação de qual equilíbrio estabelecer entre a preservação das características acústicas atuais e as melhorias que o programa preliminar do concurso de conceção sugeriu e que tanto músicos como público reclamam. (...)

Autor Octávio Inácio, InAcoustics – Engenharia Acústica, Vibrações e Ambiente, Lda.

Leia o artigo completo na Construção Magazine 128, julho/agosto de 2025, dedicada ao tema da Acústica de edifícios e ambiental

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