Reabilitação de tetos decorativos em madeira com valor patrimonial

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Neste artigo aborda-se o tema dos Tetos decorativos em madeira com valor patrimonial.

O artigo baseia-se em dois excelentes livros, escritos por Enrique Nuere Matauco, arquiteto espanhol, doutor em arquitetura, conferencista e um dos principais especialistas europeus no tema dos tetos mudéjares, ver [1] e [2].

Recorre também a uma dissertação de Mestrado que orientei em 2010, realizada por Irene Moreira, ver [3].

Tetos decorativos em madeira 

Consideram-se como tetos decorativos em madeira as superfícies internas de uma estrutura de cobertura de madeira, ou as superfícies inferiores no caso de um pavimento de madeira, que se encontram à vista, ou integrados numa estrutura autónoma, criada para ocultar os pavimentos estruturais e que apresentam algum tipo de adorno ou preocupação estética, seja através de pintura (neste caso os elementos construtivos em madeira funcionam como uma “base para pintar”), seja através da madeira propriamente dita que, neste caso, em geral é “entalhada” e adornada com motivos escultóricos montados numa base “geométrica”.

Neste artigo abordam-se os tetos em que a presença da madeira, enquanto elemento decorativo “final”, assume uma quase total predominância na imagem estética do teto.  

Enquadramento histórico

A utilização de estruturas de cobertura em madeira na Mundo Ocidental pode ser situada histórica e cronologicamente na Roma antiga.

Os romanos difundiram a prática do uso de asnas de madeira como elemento essencial dos seus tetos que foram progressivamente sempre aumentando de vão. 

Na Península Ibérica, a influência islâmica que se verificou durante quase oito séculos, entre o século VIII e o século XV, originou uma expressão artística e cultural única e exclusiva no mundo associada à integração entre as culturas islâmica e “cristã”.  Ao nível da construção, entre outras influências muito significativas, a manifestação mais visível associada à madeira são os designados “tetos mudéjares”. 

Os tetos de madeira Mudéjares podem ser considerados obras de arte com alguma complexidade, baseando-se em princípios matemáticos, geométricos, de equilíbrio e proporção, que vão muito para além da pura harmonia ou beleza estética.

Pode-se considerar que os tetos em madeira em Portugal se inspiram, na sua grande maioria, nos tetos mudéjares e também na importação das diversas e sucessivas “modas” europeias que foram chegando a Portugal a partir do Renascimento italiano. (...)

Referências Bibliográficas

[1] Nuere Matauco, Enrique. La carpintería de armar española. Editora Munilla-Lería, Madrid, 2000.

[2] Nuere Matauco, Enrique. Nuevo tratado de la carpinteria de lo blanco y la verdade historia de Enrique Garavato, carpintero de lo blanco y maestro del oficio. Editora Munilla-Lería, Madrid, 2001.

[3] Moreira, Maria Irene.  Tetos Decorativos em madeira em edifícios patrimoniais portugueses. FEUP, julho de 2010. Tese de Mestrado Integrado em Engenharia Civil. 

Leia o artigo completo na Construção Magazine nº 103, maio/ junho 2021

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