Peniche iniciou reabilitação das muralhas orçada em 1,2 ME

As obras de requalificação da muralha de Peniche começaram a semana passada, representando um investimento de cerca de 1,2 milhões de euros.

“A importância desta obra vai para além da própria obra, uma vez que irá permitir requalificar toda esta zona de Peniche”, afirmou o presidente da câmara, Henrique Bertino, citado numa nota de imprensa.

A intervenção inclui o reforço estrutural e a reconstrução da muralha principal e de todas as estruturas e dos caminhos de ronda (adarves) existentes, assim como o tratamento das patologias identificadas, com o preenchimento das juntas de alvenaria ou cantaria de pedra, com necessidade de reposição de alvenaria ou cantarias e degradação das guaritas.

A obra, “de extrema importância para a salvaguarda do património de Peniche, irá permitir também a intervenção há muito aguardada em diversos espaços da envolvente das muralhas”, com a reabilitação do Jardim Municipal e do seu parque infantil, a construção de um parque de skate no Parque do Baluarte, a reabilitação do Baluarte de São Vicente, o reordenamento dos campos de ténis do Parque do Baluarte, incluindo a construção de novas instalações para o Clube de Ténis.

Estando a muralha em contacto com o mar, a intervenção obriga a ter andaimes suspensos e apeados nos taludes em terra da muralha.

Antes de o concurso ter sido lançado, foi efetuado o levantamento das anomalias existentes na muralha que veio a concluir que “a frente abaluartada da Praça de Peniche, classificada como Monumento Nacional desde 1938 – que une o Forte das Cabanas até à Praia do Quebrado através de muralhas, baluartes e meios baluartes – carecia há muito de uma intervenção de fundo para colmatar o estado de degradação em que se encontra há muitos anos”.

O investimento das obras está orçado em cerca de 1,2 milhões de euros e foi financiado em 85 por cento por fundos comunitários. A obra tem um prazo de execução de 600 meses.

Um relatório da autarquia, de 2013, a que a agência Lusa teve acesso, concluiu que se verificam na muralha “deslocações de blocos motivadas pela ação agressiva do mar”, que têm vindo a abrir buracos na estrutura, que “fazem perigar a estabilidade do conjunto” amuralhado. Também a guarita do Baluarte da Gamboa se apresenta “instável devido a fissuras de deslocamento na ligação à muralha”, causando problemas de segurança aos transeuntes que circulem quer no exterior, quer no interior da muralha.

O relatório apontava a necessidade “urgente” de uma intervenção com vista a recolocar os blocos em falta e preencher as juntas para não agravar mais a situação.

Desde essa altura que o município tem alertado a Direção-Geral do Património Cultural para o estado da muralha, tendo decidido avançar nessa ocasião com obras mais urgentes e agora com a intervenção de fundo.

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