Preocupações térmicas associadas a soluções de impressão 3D na construção

Impressão 3D na Construção

A impressão 3D (I3D) apresenta-se como uma tecnologia emergente na Construção, uma indústria que, para além de comportar um significativo consumo de recursos, tem apresentado fracos índices de produtividade e inovação em contexto de obra. Numa abordagem progressiva para a adoção comercial da I3D na Construção 3D, foi criado um comité oficial, designado como JG80, ao abrigo da ISO/TC 261-ASTM F 42 (WG2), para estabelecer normas e requisitos de qualidade para o fabrico aditivo na construção civil. Este passo importante reflete o interesse por esta tecnologia, que é vista como uma mais-valia para o futuro do setor.

Com provas dadas noutras indústrias, a I3D pode contribuir para a alteração do paradigma atual do setor, através do aumento da eficiência dos processos construtivos utilizados. Segundo Lim et al., esta automatização permite reduzir os tempos de produção e custos associados. Possibilita a redução da mão-de-obra, e a construção tanto in situ como fora do local de construção, o que permite a flexibilidade de pensar na construção como integral ou modular. A I3D facilita ainda a criação de formas geométricas complexas a um custo inferior, oferecendo aos arquitetos maior liberdade e permitindo a fabricação de elementos adaptados às necessidades sem custos adicionais. Em contraste com os métodos construtivos tradicionais, os estudos paramétricos de otimização estrutural das geometrias possibilitam a diminuição da quantidade de material utilizado, o que reduz o impacto ambiental da indústria.

A investigação no âmbito da I3D na Construção tem-se focado no estudo e otimização das composições de misturas à base de ligantes cimentícios e das suas propriedades no estado fresco, como a trabalhabilidade e capacidade de extrusão, a par das propriedades mecânicas no estado endurecido, do estudo da aplicação de reforço estrutural e da melhoria dos sistemas de impressão, descurando outras áreas de relevo como a térmica. (...)

Em colaboração com Sofia Pessoa1, Manuel Jesus1, Sandra S. Lucas2, e Ana S. Guimarães1

1 CONSTRUCT-LFC, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Universidade do Porto, Portugal

2 Departamento do Ambiente Construído, Universidade Tecnológica de Eindhoven, Países Baixos

3 Universidade de Coimbra, ADAI, Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Portugal

4 Itecons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade, Portugal

Artigo completo na Construção Magazine nº111 set/out 2022, dedicada ao tema 'Construção 4.0: a digitalização e a construção aditiva'

Nuno Simões

DEC-FCTUC / ITeCons

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