Plan4digital – Plano de transição digital para a Indústria da Construção: modelo de maturidade e medidas prioritárias

É inquestionável o papel do setor da construção nas economias nacionais. Só na Europa, este setor representa cerca de 9 % do Produto Interno Bruto (PIB), empregando cerca de 14 milhões de cidadãos (sendo de realçar que 44,6 milhões dependem, de uma forma ou de outra, deste setor). No caso particular de Portugal, segundo o relatório de junho de 2021 da AICCOPN, a construção representa cerca de 4 % do PIB e envolve mais de 300 mil trabalhadores.

Apesar da influência do setor da construção na economia (quer através de construção nova, quer através de reabilitação ou gestão de edifícios), a indústria da construção é caracterizada por apresentar uma baixa produtividade, uma significativa vulnerabilidade e frequentes desvios nos custos e nos prazos. A taxa anual de produtividade do setor aumentou apenas 1 % nos últimos 20 anos. A qualidade do projeto é apontada como um fator determinante para se atingir o sucesso na construção.

O Building Information Modelling (BIM) surge, neste setor, como uma solução de modernização e reestruturação da indústria, integrando a fileira da construção, estimulando a colaboração, incentivando a desmaterialização e elevando a importância de melhores desempenhos e processos mais eficientes. Por um lado, o BIM é uma tecnologia 3D que representa virtualmente um edifício ou uma infraestrutura e incorpora toda a informação existente e que é gerada ao longo do seu ciclo de vida. Por outro lado, é uma metodologia de trabalho mais colaborativa, que implementa processos mais ágeis e é capaz de valorizar a informação gerada como até hoje nunca foi conseguido na indústria da construção.

O modelo virtual, que representa o empreendimento de construção nas suas diversas fases, é paramétrico e constitui uma base de informação para a gestão das análises e das ações a realizar ao longo do ciclo de vida do empreendimento. Com base neste modelo, diversas simulações e verificações complexas podem ser conduzidas, de forma ágil, seguindo processos que podem ser programados e automatizados. (...)

Em colaboração com João Poças Martins (1), António Cabaço (2), Ana Brandão de Vasconcelos (2), Luís Jacques (1), Vander Escovalo (2), Ana Rocha (3) e Pedro Lucas Martins (3)

(1) CONSTRUCT/FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

(2) LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

(3) (4) BUILT CoLAB – Collaborative Laboratory for the Future Built Environment, Portugal

Artigo completo na Construção Magazine nº111 set/out 2022, dedicada ao tema 'Construção 4.0: a digitalização e a construção aditiva'

António Aguiar Costa

Professor no IST

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