Montemor-o-Velho vai retirar veículos pesados do centro por 10ME

Uma obra estimada em mais de dez milhões de euros, com um prazo estimado de conclusão de cinco anos, quer retirar o tráfego de veículos pesados de mercadorias do centro de Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra.

A intervenção, que esteve esta semana na base da assinatura de um protocolo de entendimento entre as autarquias de Montemor-o-Velho e de Soure, a comunidade intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra e a Infraestruturas de Portugal (IP), consta da construção de um viaduto com quase dois quilómetros de extensão sobre os campos do Baixo Mondego, permitindo a ligação direta da estrada nacional (EN) 347 à autoestrada 14 (A14, de ligação entre Coimbra e a Figueira da Foz).

Intervindo na sessão realizada em Montemor-o-Velho, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, José Carlos Fernandes, afirmou que “se tudo correr bem, cinco anos poderá ser um prazo razoável” para a obra estar concluída.

Já quanto aos custos envolvidos na construção da chamada Variante Nascente a Montemor-o-Velho – uma via com dois sentidos de tráfego, a desenvolver maioritariamente em viaduto a leste daquela vila do Baixo Mondego e da povoação de Casal Novo do Rio – o vice-presidente da IP recusou, nesta fase, apontar um valor, garantindo, no entanto, que será uma obra “acima dos dois dígitos”.

Segundo José Carlos Fernandes, o cronograma da intervenção prevê o lançamento de um concurso público internacional “já autorizado” para a realização do projeto de execução da empreitada, estimado em cerca de um milhão de euros.

O mesmo responsável disse que o procedimento concursal até à adjudicação deverá demorar cinco a seis meses, a que se somam 16 meses para a realização do estudo prévio, projeto de execução e estudo de impacte ambiental. Os instrumentos ambientais terão, depois, de ser avaliados, o que deverá demorar, na melhor das hipóteses, mais seis meses, ou seja, cerca de três anos até a obra estar em condições de ser lançada, devendo decorrer durante dois anos.

José Carlos Fernandes lembrou que uma obra rodoviária desta dimensão tem, geralmente, um prazo médio de conclusão de seis anos, enquanto numa obra ferroviária esse prazo sobe para sete anos.

A intervenção, notou ainda, decorrerá numa “zona muito sensível” em termos ambientais, por ser zona de cheia e ter de atravessar o chamado leito abandonado do rio Mondego, obrigando ao envolvimento de diversas entidades para a sua concretização.

Destacou ainda o “crescente significativo de tráfego” potenciado pela plataforma rodoferroviária de Alfarelos – infraestrutura logística localizada no concelho de Soure, entre a linha ferroviária do Norte e o ramal de ligação à Figueira da Foz, na fronteira com Montemor-o-Velho – situando-o em “mais de mil comboios por ano”, ou seja, cerca de três por dia, também “sinal claro de desenvolvimento da região”.

Atualmente, os veículos pesados de mercadorias que saem da plataforma logística em direção a Montemor-o-Velho e dali à A14, cumprem cerca de 6,5 quilómetros pela EN 347 e EN 111, atravessando a vila do Baixo Mondego na metade final do percurso.

O presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, aludiu, por seu turno, à atual intensidade “gritante” da circulação de pesados de mercadorias no centro da vila.

Para além da obra principal, o diretor de engenharia da IP, José Faísca, apresentou outra intervenção – esta diretamente relacionada com a circulação rodoviária na povoação de Alfarelos, concelho de Soure, e com a melhorias dos acessos à plataforma logística ali situada – que consta de uma nova via, com passagem inferior à linha do Norte e superior ao ramal de ligação à Figueira da Foz.

O projeto de execução está concluído e a obra, orçada em cerca de quatro milhões de euros, deverá ser lançada, segundo a IP, ainda antes do final do ano.

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