Monitorização Estrutural da Ponte 25 de Abril
O controlo da segurança de infraestruturas de transporte de grande dimensão e complexidade, como é o caso de pontes e viadutos de grande vão ou de barragens de grande dimensão, é atualmente feita não só com recurso a inspeção, mas recorrendo também a monitorização contínua das respostas estruturais e das ações impostas com vista à identificação precoce de anomalias. Atualmente, todo o parque de pontes e viadutos a cargo da Infraestruturas de Portugal, S.A (IP), o maior gestor deste tipo de estruturas em Portugal, é inspecionado com regularidade e cerca de 20 destas estruturas, de maior dimensão e complexidade, são também monitorizadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), 15 das quais de forma totalmente automática, contínua e disponível on-line. Neste grupo de infraestruturas de transportes inclui-se a Ponte 25 de Abril que, pela sua singularidade, foi alvo de particular atenção e acompanhamento no âmbito do controlo objetivo e quantitativo da segurança estrutural com recurso a monitorização, desde a construção até à atualidade. O presente artigo descreve de forma breve o sistema e as técnicas de monitorização estrutural desta estrutura singular.
Monitorização durante a construção
Durante a construção da Ponte 25 de Abril, quer da ponte suspensa quer do viaduto de acesso norte, na década de 60, o controlo da segurança com base em monitorização foi realizado com equipamentos cuja precisão rivaliza com os dos dias de hoje e com equipamento informático de ponta para a época. O sistema de monitorização instalado durante a construção teve como objetivo não só o controlo da segurança durante as várias fases construtivas, mas também a realização dos ensaios de carga de receção e o acompanhamento posterior da segurança estrutural em serviço.
O controlo dos esforços nos elementos da viga de rigidez e das torres assumiu particular importância na monitorização durante a construção, não só para controlo da segurança, mas também para validação dos pressupostos assumidos no projeto e ainda para registo da história de tensões nos principais elementos da estrutura. (...)
Artigo completo na Construção Magazine nº95 jan/fev 2020
João Santos, LNEC, Catarina Oliveira, LNEC, e João Silveira, LNEC
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