Isolamento de base – como garantir a operacionalidade das infraestruturas críticas durante e após um sismo

28 fevereiro 2023, terça-feira
Construções Estruturas

O isolamento de base é uma técnica de proteção sísmica já consolidada, com inúmeras aplicações em todo o mundo, incluindo Portugal. A ideia é libertar as ligações horizontais da estrutura ao solo de fundação, impedindo, desta forma, a transmissão do movimento horizontal do solo à superestrutura.

A materialização deste tipo de solução é conseguida através da aplicação de aparelhos de apoio (isoladores) colocados na base da estrutura, garantindo a transmissão das cargas verticais, mas libertando os movimentos horizontais. A libertação dos movimentos horizontais nunca poderá ser total, pois existe a necessidade de garantir um mínimo de rigidez neste plano, necessária para reposição da estrutura na sua posição inicial.

O uso de aparelhos de apoio com estas características tem já um longo historial de aplicações em pontes, pelo que os engenheiros de estruturas há muito que lidam com os problemas que podem decorrer da sua aplicação. A novidade é, sem dúvida, o uso de aparelhos de apoio em edifícios, mas, podendo não ser óbvio à partida, é tão simples como o seu uso em pontes. Acresce ainda que, no caso dos edifícios sujeitos a ações sísmicas de grande intensidade, torna o projeto da estrutura muito mais simples.

Mas a maior vantagem no uso de isolamento de base é a sua capacidade de reduzir os efeitos da ação sísmica sobre o edifício, garantindo facilmente a sua total operacionalidade durante e após a ocorrência de um sismo.

A regulamentação atual não se foca na resiliência sísmica – capacidade de uma organização ou comunidade recuperar rapidamente após a ocorrência de um sismo. O objetivo da regulamentação é somente a proteção da vida dos ocupantes dos edifícios. Desta forma, são permitidos danos significativos na estrutura do edifício, nas suas fachadas e nos equipamentos. (...)