Proteção de Infraestruturas Críticas

A Construção Magazine tem procurado cobrir os temas mais importantes da actualidade, muitas vezes antecipando tendências, dentro do largo espectro da Engenharia Civil e áreas afins (Arquitectura, Ambiente e outras). No presente número, porém, decidimos fazer uma incursão num assunto da Engenharia Militar, divulgando a actividade de investigação científica do Centro de Competências para a Protecção de Infraestruturas (CCPI), realizada por membros do CERIS, afiliados à Nova e ao Técnico, membros do CINAMIL, afiliados à Academia Militar, e ainda membros das Forças Armadas, a qual tem por objectivo último a concepção de medidas protectivas para infraestruturas críticas.

O tema referido ganhou enorme preponderância nos EUA após os atentados de 11 de Setembro de 2001. Na União Europeia, adquiriu especial interesse em 2004, após os atentados de Madrid, tendo sido aprovado pelo Conselho Europeu, em 2007, o Programa Europeu de Protecção das Infraestruturas Críticas (PEPIC), no qual está consagrado, como sendo responsabilidade dos Estados-Membros, assegurar a protecção de infraestruturas críticas nos respetivos territórios. Em Portugal foi igualmente produzido trabalho neste domínio, sobretudo na identificação e caracterização de infraestruturas críticas mas, não obstante a transposição da Directiva 2008/114/CE (Decreto-Lei nº 62/2011, de 9 de Maio), assim como a publicação da Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo, em 2015, há ainda um importante trabalho a efectuar, designadamente na componente de protecção e segurança física.

Os artigos que constituem o dossier temático centram-se, essencialmente, na protecção de infraestruturas críticas, quando sujeitas a acções de origem antrópica (e.g., atentado terrorista). Neste contexto, os Engenhos Explosivos Improvisados (Improvised Explosive Devices – IED) continuam a ser, alegadamente, a arma de eleição de muitos grupos terroristas, cuja proliferação confere particular relevância ao desenvolvimento de novas soluções de protecção de infraestruturas. A existência de um espaço europeu sem fronteiras, e a natureza transnacional das ameaças, justificam de per si o interesse nacional nesta temática. Acresce que o nível de risco não deve ficar circunscrito ao dia de hoje, uma vez que as infraestruturas são projectadas tipicamente para tempos de vida útil entre cinquenta a cem anos e, dentro deste horizonte temporal, a evolução das ameaças é imprevisível.

Esperamos que a leitura seja do agrado dos nossos leitores e que os trabalhos aqui divulgados possam de alguma forma contribuir para tornar o Mundo um lugar mais seguro.

Editorial publicado na edição nº 86 da CM

Co-editor deste edição: Major Gabriel Gomes

(O Prof. Eduardo Júlio e o Major Gabrial Gomes escrevem de acordo com a antiga ortografia)

Eduardo Júlio

Membro do Conselho Científico da Construção Magazine / Professor no IST

Se quiser colocar alguma questão, envie-me um email para info@construcaomagazine.pt

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