Segurança sísmica no âmbito do FNRE

Os sismos são, entre os fenómenos naturais, dos mais imprevisíveis e potencialmente destruidores em termos de danos humanos e de danos económicos, diretos e indiretos, sendo consensual que em Portugal Continental e nos Açores existem zonas de sismicidade relevante.

Os aspetos relativos ao fenómeno natural expressam a Perigosidade Sísmica (Seismic Hazard) de um dado local que, obviamente, é inalterável. No entanto, o Risco Sísmico (Seismic Risk), que num dado local traduz a estimativa dos danos futuros aí esperados, depende não só da Perigosidade Sísmica como de outros fatores, a Exposição e a Vulnerabilidade Sísmica.

A Exposição corresponde às infraestruturas e outros bens materiais e económicos que numa dada região estão expostos à ação dos sismos e em especial à população aí presente. O melhor ou pior comportamento sísmico das infraestruturas (i.e. as construções) é usualmente designado por Vulnerabilidade Sísmica, ditando as consequências da Exposição a uma dada Perigosidade.

Assim, o Risco Sísmico num determinado local corresponde genericamente à conjugação
de três fatores:

Risco Sísmico = Perigosidade x Exposição x Vulnerabilidade

Esta “expressão” mostra que, apesar da inevitabilidade dos sismos (pela impossibilidade de alterar a Perigosidade), é possível reduzir o risco sísmico, ou seja reduzir as consequências dos sismos, atuando em dois campos dependentes da nossa ação: A Exposição e a Vulnerabilidade. Na prática, para reduzir o Risco Sísmico é mais eficaz intervir diminuindo a Vulnerabilidade Sísmica das construções.

Estando a reabilitação de edifícios usualmente ligada a aumento da Exposição (humana e económica), a não redução da Vulnerabilidade Sísmica corresponde a um efetivo aumento do risco sísmico.

João Azevedo

Professor Catedrético do IST

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