Produção total do setor da construção deverá crescer 3% em 2024

Fotografia: Boris Hamer_Pexels

O setor da construção deverá manter um “crescimento sustentável” este ano, com a AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas a antecipar uma variação real do valor bruto de produção entre dois e quatro por cento, para mais de 20 mil milhões de euros.

“Para o setor da construção, apesar do menor dinamismo da atividade económica nacional, as previsões continuam a apontar para um crescimento sustentável da atividade, antecipando-se uma variação real do valor bruto de produção em 2024, entre dois e quatro por cento, intervalo a que corresponde um ponto médio de três por cento, em linha com as previsões de outono da Comissão Europeia, que projetam um crescimento de 2,9 por cento do investimento em construção para Portugal”, lê-se em comunicado enviado à redação pela associação setorial.

“Assim, prevê-se que, em 2024, o setor da construção contribua decisivamente para a evolução da atividade económica nacional, com a produção total, em termos reais, no ponto médio do intervalo de previsão, a crescer três por cento e a situar-se, em valor, nos 21 212,9 milhões de euros”.

Segundo a AICCOPN, ao longo de 2023, e “apesar dos constrangimentos que afetaram a atividade das empresas de construção”, a maioria dos indicadores setoriais mantiveram uma “tendência de evolução positiva”.

A associação setorial destacou a criação de cerca 20 mil postos de trabalho adicionais até ao final do terceiro trimestre de 2023, e o aumento, até novembro, de 2,5 por cento do consumo de cimento e de 70,9 por cento do montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos, em termos homólogos acumulados.

No segmento da habitação, que foi “o mais afetado pelo aumento dos custos de financiamento”, apesar da redução de 20,9 por cento do número de alojamentos transacionados de janeiro a setembro de 2023, a AICCOPN disse que o elevado nível de procura sustentou a tendência de valorização dos imóveis, com o índice de preços na habitação a aumentar 7,6 por cento em termos homólogos no terceiro trimestre do ano.

Já ao nível do licenciamento municipal de edifícios residenciais, a associação apontou, até outubro, variações de -10,3 por cento no número de edifícios licenciados e de +5,6 por cento no número de fogos em construções novas, “revelando uma maior tendência dos investidores na construção de edifícios multifamiliares”.

Com a habitação a destacar-se como “o vetor com maior dimensão” no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a AICCOPN salientou que 269 municípios têm já as respetivas Estratégias Locais de Habitação aprovadas em conformidade com os princípios do programa 1º direito.

Assim, tendo em consideração estes fatores e a evolução dos indicadores em 2023, prevê para 2024 um crescimento entre um e três por cento do valor bruto da produção deste segmento de mercado.

Relativamente ao segmento dos edifícios não residenciais, face à “previsão de um menor dinamismo da atividade económica nacional e da evolução do licenciamento de edifícios não habitacionais”, que até outubro de 2023 regista variações homólogas de –6,4 por cento no número de edifícios licenciados e de +5,7 por cento na área licenciada, as projeções apontam para que a evolução do valor bruto da produção neste segmento se situe entre zero e dois por cento.

No que concerne ao segmento da engenharia civil, a associação notou que “os principais indicadores apresentaram ao longo de 2023 um expressivo crescimento, beneficiando do arranque de investimentos apoiados pelos fundos europeus atualmente disponíveis, designadamente no PRR e no Portugal 2030”.

Nos primeiros 11 meses de 2023, apuraram-se aumentos homólogos de 70,9 por cento do montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidas e de 30,6 por cento no montante dos contratos de empreitadas, celebrados e registados no Portal Base.

“Deste modo, as expectativas são que se mantenha, novamente, como o segmento mais dinâmico em 2024, estimando-se um crescimento entre 3,5 e 5,5 por cento do seu valor bruto da produção”, acrescentou.

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