Manutenção do património do século XX: contexto, experiências e desafios

Nas palavras de Álvaro Siza, "manutenção (…) é não deixar uma construção degradar-se. A princípio é só pouca coisa e, portanto, vai-se deixando andar até que se transforma numa degradação total. E depois já não se trata de manutenção mas de recuperação. E a recuperação é cara. Fazer uma constante manutenção é também uma medida de economia.” (Siza, 2017).

Com efeito, o contexto actual de vulnerabilidade económica, saturação ecológica e excedente de construções (grande parte das quais estão devolutas, degradadas ou obsoletas), exige uma abordagem cuidadosa na gestão do património construído. Neste quadro, a construção nova ou mesmo a reabilitação profunda de edifícios não irão constituir, no futuro, a prática dominante no sector da construção (como já acontece em grande parte dos países europeus), mas sim a conservação e manutenção programada do edificado existente.

A implementação de planos e práticas de manutenção de edifícios potenciam uma gestão dos recursos mais sustentável, reduzindo custos a médio e longo prazo, prevenindo riscos e danos, garantindo o bom funcionamento dos edifícios e preservando a sua integridade arquitectónica. Estas estratégias assentam na passagem de uma filosofia de intervenção excepcional e reactiva (pós-dano) para uma filosofia de prevenção (pré-dano) e de cuidado continuado ao longo do tempo.

Importa, todavia, diferenciar as acções de manutenção quando aplicadas a edifícios com valor patrimonial, na medida em que a resposta a requisitos de desempenho e eficiência (que preveem substituições cíclicas) deve ser ponderada em função dos critérios de autenticidade e integridade do património arquitectónico ou móvel. (...)

Artigo completo na Construção Magazine nº96 mar/abr 2020

Teresa Cunha Ferreira, Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto

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