Ligna 2023 com os olhos postos na sustentabilidade
CONTEÚDO PATROCINADO
Dominik Wolfschütz, analista de mercado e um dos elementos da organização, elenca os destaques da feira e as possibilidades de crescimento do setor da madeira.
Quais os destaques da Ligna este ano?
Já se passaram quatro anos desde a última edição da LIGNA em Hannover. Portanto, é claro que o maior destaque deste ano será o evento em si e o encontro pessoal com todos depois de tanto tempo. A LIGNA terá lugar de 15 a 19 de maio de 2023 e estamos ansiosos por demonstrações ao vivo, muitas oportunidades de networking e aprendizagem sobre as mais recentes tecnologias no setor do trabalho e processamento de madeira. Após quatro anos de interregno, os nossos expositores têm muitos produtos inovadores, que serão apresentados na LIGNA 23.
Para além da exposição propriamente dita, preparámos um vasto programa de conferências, onde poderão encontrar-se apresentações orientadas para soluções e utilizadores centradas nos nossos temas de interesse: Prefab Building, Woodworking, Green Material, bem como nos temas de interesse especial Circular Economy / Sustainability and Recruiting / Career. Outro destaque será, novamente, os nossos Hybrid Guided Tours, onde os visitantes terão uma visão geral compacta de três diferentes tópicos. O programa de conferências e os Hybrid Guided Tours também serão transmitidos ao vivo, em formato streaming através do nosso site LIGNA, em inglês e alemão.
A LIGNA também consagrará os seus próprios formatos aos temas dos jovens talentos e das carreiras: no LIGNA.Campus, escolas profissionais e universidades apresentarão os seus projetos de investigação mais recentes e fornecerão informações sobre os atuais programas de educação e formação. O novo LIGNA.Recruiting cria um ponto de encontro para trabalhadores e potenciais empregadores. As duas colunas são constituídas por uma parede de trabalho digital que permite aos profissionais da madeira e ao staff júnior conhecer as vagas existentes antes e no decorrer da feira, bem como interagir e reunir-se com as empresas participantes no local.
Que possibilidades a digitalização oferece ao processamento da madeira?
A digitalização permite uma maior precisão no processamento da madeira. Isto significa que os cortes, as medições e outros processos podem ser feitos com maior precisão, resultando em menos desperdício e produtos de maior qualidade. A digitalização pode também permitir a automação de muitos processos no processamento de madeira, como serragem, classificação e triagem. Isto pode conduzir ao aumento da eficiência, à redução dos custos laborais e à redução do risco de erro humano. Em termos de processos de trabalho, a digitalização pode ajudar a otimizá-los, analisando dados e fornecendo insights sobre como melhorar. Isso ajuda a produtividade, reduz custos e melhora a qualidade do produto. Ao longo de toda a cadeia de abastecimento, a digitalização permite uma melhor rastreabilidade e rastreabilidade dos produtos de madeira. Isto pode contribuir para assegurar que os produtos são provenientes de fontes sustentáveis e legais e que cumprem diferentes normas ambientais e sociais.
A digitalização não é um fim em si. Em última análise, trata-se sempre de economizar custos e recursos. Os custos da madeira são o principal fator de custo em muitos segmentos da indústria da madeira. Portanto, o objetivo das soluções digitais é aumentar o rendimento ou reduzir a quantidade de cola. As soluções de automação destinam-se principalmente a fazer face à escassez global de mão-de-obra qualificada. Este é, certamente, o maior desafio enfrentado pelos processadores de madeira e pela indústria do mobiliário em muitos países do mundo. A LIGNA é o evento onde as soluções são apresentadas. Além disso, o tema da eficiência energética também virá à tona, e não só porque os custos energéticos aumentaram dramaticamente. Mas a digitalização é muito mais do que isso. Todo o processo produtivo está a tornar-se mais transparente através dos processos digitais e, portanto, os pontos fracos dos processos produtivos também são evidentes. Trata-se de uma alavanca decisiva para uma maior competitividade.
De que forma a madeira pode ajudar a indústria da construção a tornar-se mais sustentável?
A madeira é um recurso renovável que pode armazenar carbono, o que ajuda a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. À medida que as árvores crescem, absorvem dióxido de carbono da atmosfera, e o carbono permanece armazenado nos produtos de madeira durante todo o seu ciclo de vida.
Assim, a madeira é um excelente material de construção alternativo e a reciclabilidade é evidente. A crescente atenção à madeira por parte dos arquitetos em todo o mundo é prova suficiente. Os enormes investimentos, especialmente na Europa e na América do Norte, para novas capacidades de fábricas de habitações modulares, instalações de produção maciça de madeira e linhas de isolamento de fibras que utilizam a madeira como principal fonte de matéria-prima, mostram que a indústria da construção e também os organismos governamentais estão a reconhecer o potencial da madeira para formar uma indústria habitacional mais sustentável.
Ao obter madeira de florestas geridas de forma sustentável, a indústria da construção pode ajudar a proteger a biodiversidade, apoiar as comunidades locais e manter a saúde e a produtividade das florestas.
A madeira é um material versátil que pode ser reciclado e reutilizado de várias formas. A reciclagem de resíduos de madeira pode contribuir para reduzir os resíduos depositados em aterros e conservar os recursos naturais. Além disso, a madeira proveniente de edifícios desconstruídos pode ser recuperada e reutilizada, reduzindo a necessidade de novos produtos de madeira.
Quão competitivo é o mercado da madeira hoje e quão competitivo pode tornar-se?
A indústria da construção em madeira está a desenvolver-se rapidamente. Devido à tendência para a construção fora do local e para mover o processo de construção de casas para fábricas de madeira, enquanto material de construção está a ganhar cada vez mais competitividade. Face à escassez de mão-de-obra qualificada - também no setor da construção - é natural que se dê o passo seguinte para automatizar a indústria. A LIGNA está definitivamente a mostrar tecnologia de ponta para produzir soluções de habitação mais rápidas, competitivas e de alta qualidade baseadas na madeira como matéria-prima.
A competitividade do mercado da madeira pode variar em função de uma série de fatores, tais como a dinâmica regional da oferta e da procura, as condições do mercado mundial, a regulamentação ambiental, os avanços tecnológicos e a evolução das preferências dos consumidores. De um modo geral, o mercado da madeira é considerado uma indústria competitiva, com inúmeros intervenientes a operar em diferentes segmentos da cadeia de valor.
Nos últimos anos, o mercado da madeira tornou-se cada vez mais competitivo devido a uma série de fatores. Um desses fatores é o surgimento de materiais alternativos, como o aço, o betão e o plástico, que conquistaram uma parcela da quota de mercado anteriormente detida pelos produtos de madeira. Além disso, a globalização do comércio aumentou a concorrência entre os fornecedores, com muitos países a conseguirem exportar produtos de madeira para mercados internacionais.
Para se manterem competitivas, as empresas madeireiras devem concentrar-se na inovação, eficiência e sustentabilidade. Ao investir em novas tecnologias e práticas sustentáveis, as empresas madeireiras podem reduzir custos, melhorar a qualidade do produto e diferenciar-se dos concorrentes. Além disso, a construção de relações fortes com clientes, fornecedores e outras partes interessadas pode ajudar as empresas a permanecerem competitivas a longo prazo.
Numa análise prospetiva, espera-se que o mercado da madeira se torne ainda mais competitivo à medida que novos operadores entram no mercado e os operadores existentes expandem as suas operações. No entanto, a crescente procura de materiais sustentáveis e ecológicos pode criar novas oportunidades para que as empresas madeireiras se diferenciem e captem uma maior quota de mercado.
Os edifícios em madeira são maioritariamente usados nos países do norte e dentro da Europa. Quais as vantagens de os usar no clima do sul da Europa?
As casas pré-fabricadas e as casas modulares têm uma longa tradição no Norte e Centro da Europa. Hoje, a indústria está a dar os próximos passos no sentido de soluções de construção mais eficientes para edifícios de vários andares. Trata-se de algo novo, pelo menos na Europa Central. Além disso, vemos os primeiros arranha-céus em muitas regiões metropolitanas.
Mas também as empresas de construção em Espanha ou Portugal estão a seguir a tendência e estão a criar fábricas de habitação CLT, Glulam e Modular. Continua a ser um nicho de mercado, mas o enquadramento, como os regulamentos de construção, escassez de mão-de-obra, ESG, etc., estão a mudar a forma como construímos. Por conseguinte, a tendência será também seguida no Sul da Europa.
Embora os edifícios de madeira sejam mais utilizados nos países do Norte e Central da Europa, também podem oferecer várias vantagens quando utilizados nos climas do Sul.
A madeira é um excelente isolante, o que significa que os edifícios construídos com madeira podem proporcionar um bom desempenho térmico em climas quentes e frios. Nos climas meridionais, os edifícios de madeira podem ajudar a manter o ambiente interior mais fresco e reduzir a necessidade de ar condicionado, levando a poupanças de energia e a menores emissões de carbono.
Também o tempo é um fator, quando se constrói com madeira. Os edifícios de madeira podem ser construídos mais rapidamente do que os edifícios feitos de outros materiais, o que pode ser vantajoso em regiões com períodos de construção mais curtos ou prazos de construção apertados. Nos climas meridionais, onde as temperaturas podem ser elevadas e a construção pode ser retardada pelo calor, a rapidez de construção proporcionada pela madeira pode ser particularmente benéfica.
A madeira é também um material versátil que pode ser utilizado para criar uma vasta gama de designs e estilos de edifícios. Isto pode ser particularmente útil em climas meridionais, onde os edifícios podem ter de ser concebidos para acomodar várias condições climáticas, tais como ventos fortes, chuvas fortes e calor intenso.
De que forma está o setor a recuperar da pandemia?
Como muitas indústrias, a indústria madeireira recuperou rapidamente da pandemia. As pessoas têm estado dispostas a gastar muito dinheiro em habitação, remodelação e renovação. Mas com o aumento das taxas de juro e uma mudança do consumo, o negócio complicou-se. No entanto, a madeira, enquanto produto de construção, está lentamente a adquirir partes dos materiais de construção tradicionais. Isto, pelo menos, atenua o impacto negativo para a indústria.
O impacto da pandemia no setor da madeira variou em função da região e do setor da indústria. De um modo geral, a pandemia conduziu a ruturas nas cadeias de abastecimento, à redução da procura de determinados produtos e a alterações no comportamento dos consumidores. No entanto, também houve oportunidades de crescimento e inovação, particularmente em áreas relacionadas à sustentabilidade e digitalização.
Ao mesmo tempo, a pandemia também levou a mudanças no comportamento dos consumidores, à medida que mais pessoas se deslocam para o trabalho remoto e passam mais tempo em casa. Isto levou a um aumento da procura de produtos de melhoria da casa e espaços de estar ao ar livre, o que beneficiou a indústria madeireira. Além disso, a pandemia destacou a importância da sustentabilidade e dos produtos ecológicos, o que criou oportunidades para o setor madeireiro.
Para recuperar do impacto da pandemia, o setor madeireiro está a concentrar-se na inovação e na sustentabilidade. As empresas estão a investir em novas tecnologias e processos que podem melhorar a eficiência e reduzir os custos, enquanto minimizam o impacto ambiental das suas operações. Há também um foco crescente na digitalização, com as empresas a utilizar novas ferramentas e plataformas para melhorar a comunicação, a colaboração e a gestão da cadeia de suprimentos.
Globalmente, embora a pandemia tenha colocado desafios significativos ao setor da madeira, criou também oportunidades de crescimento e inovação. Ao concentrar-se na sustentabilidade, inovação e digitalização, o setor está bem posicionado para recuperar e adaptar-se às novas necessidades dos consumidores e da economia global.
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