Ligação de Alqueva à barragem do Monte da Rocha vai custar 27,1ME

O concurso público para construir a ligação da albufeira do Alqueva à barragem do Monte da Rocha, em Ourique, e um novo bloco de rega em Aljustrel foi lançado esta semana pela empresa gestora do empreendimento.

Segundo o concurso publicado em Diário da República, a empreitada de construção do circuito hidráulico de ligação à albufeira do Monte da Rocha e do Bloco de Rega da Messejana está avaliada em 27,1 milhões de euros.

A obra tem um prazo de execução de 21 meses e é esperado “que em 2025 a água chegue e garanta o abastecimento às populações e à nova área de rega”, confirmou à agência Lusa o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro Salema.

Para o gestor, “a ligação do Alqueva ao Monte da Rocha vai suprir uma necessidade que tem sido muito aguda nos últimos tempos, relativamente ao abastecimento público a partir daquela albufeira”, que serve os concelhos de Almodôvar, Castro Verde e Ourique, assim como parte dos de Mértola e Odemira, todos no distrito de Beja.

O presidente da EDIA lembrou que a albufeira do Monte da Rocha “tem sido uma das piores a nível nacional em termos de armazenamento” de água, devido à seca.

O Monte da Rocha armazena apenas 10,7 por cento do seu volume total, segundo dados disponibilizados pela Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, com sede em Alvalade, no concelho de Santiago do Cacém (Setúbal), que gere a albufeira.

“Com a ligação de Alqueva àquele sistema, a garantia de abastecimento de água às populações passa a ser assegurada com outra fiabilidade e, pelo caminho, vai ser criada uma nova área de regadio, que traz sempre criação de riqueza”, observou o presidente da EDIA.

José Pedro Salema explicou ainda que o novo bloco de rega de Messejana vai permitir a criação de “mais de dois mil novos hectares de regadio” no concelho alentejano de Aljustrel, dotando a região de “condições para ter outra dinâmica empresarial”.

O projeto de ligação do Alqueva ao Monte da Rocha era uma reivindicação com muitos anos de autarcas e agricultores da região, tendo sido confirmado o seu avanço, em novembro de 2017, pelo então ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

No entanto, frisou José Pedro Salema, houve “uma questão ambiental na fase de projeto” que atrasou o seu desenvolvimento, “principalmente com a identificação de áreas de parada e nidificação de aves estepárias”.

“Depois, tivemos que encontrar uma fonte de financiamento adequada, porque o preço da construção civil tem vindo a subir nos últimos tempos e foi preciso rever os orçamentos iniciais”, justificou.

Mais recentemente, continuou, foi necessário “alterar o caderno de encargos para incluir a desmontagem de infraestruturas caducas do Aproveitamento Hidroagrícola dos Miguéis”.

“Foram vários os obstáculos, mas agora estamos no caminho certo”, concluiu o presidente da empresa do Alqueva.

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