Fogos novos licenciados caíram 32% em março

A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) revelou que os fogos novos licenciados pelas câmaras municipais registaram um decréscimo homólogo de 6,1 por cento no primeiro trimestre, devido à “forte contração” de 32 por cento registada no mês de março, somando 5.864 alojamentos.

Segundo a Síntese Estatística da Habitação divulgada pela AICCOPN, as licenças emitidas pelas autarquias para obras de construção e reabilitação de edifícios habitacionais registaram, no primeiro trimestre de 2020, uma diminuição homóloga de 5,6 por cento, em resultado de uma “forte quebra” de 19,1 por cento no mês de março “que veio inverter a tendência de crescimento”.

No que diz respeito ao consumo de cimento no mercado nacional, este cresceu 5,6 por cento nos três primeiros meses do ano, tendo sido registado pelo aumento de 6,6 por cento registado em março.

Quanto ao novo crédito concedido pelas instituições financeiras para aquisição de habitação até março, verificou-se um crescimento homólogo de 21,2 por cento, para 2.848 milhões de euros. No mês de março observou-se um crescimento de 9,4 por cento que, “embora relevante, é significativamente inferior às variações registadas nos seis meses anteriores”, lê-se no documento.

No final de março, o montante total acumulado de crédito à habitação apresentou uma variação de 0,2 por cento, somando 93.006 milhões de euros.

Já no montante total acumulado do crédito concedido às empresas de construção e imobiliário registou-se uma quebra de 6,9 por cento, o que se traduz em 15.854 milhões de euros.

No mesmo mês, a avaliação imobiliária da habitação efetuada para efeitos de crédito bancário apurou um valor mediano de 1.110 euros por metros quadrados, o que traduz um aumento de 10,3 por cento, face aos 1.006 euros por metros quadrados apurados no mês homólogo. Em termos mensais, apurou-se a primeira variação negativa desde janeiro de 2016.

A AICCOPN destacou a Região Autónoma dos Açores na Síntese Estatística da Habitação pelo número de fogos licenciados em construções novas nos 12 meses terminados em março de 2020, que totalizou 520, mais 10,4 por cento face aos 471 alojamentos licenciados nos 12 meses anteriores. Destes, 48 por cento são de tipologia T2 ou inferior e 37 por cento de tipologia T3.

Quanto aos valores de avaliação bancária na habitação nesta região, verificou-se um aumento em termos homólogos de 7,2 por cento para 908 euros por metro quadrado.

Concursos de obras públicas aumentam 30% até abril

Apesar dos constrangimentos resultantes do estado de emergência, o mercado das obras públicas manteve-se estável em abril, sendo que os concursos lançados nos primeiros quatro meses do ano aumentaram 30 por cento face a 2019.

Segundo a AICCOPN, o volume de concursos de obras públicas promovidos no primeiro quadrimestre foi de 1.947 milhões de euros.

“Apesar dos constrangimentos resultantes do atual surto pandémico, verifica-se que o mercado das obras públicas manteve uma trajetória de estabilidade, tanto ao nível das promoções de concursos, como da celebração de contratos”, referiu a AICCOPN em comunicado divulgado.

Segundo o Barómetro das Obras Públicas da AICCOPN, o aumento registado de 30 por cento do volume de concursos promovidos até abril reflete o facto de março ter sido “o mês com o montante de anúncios de lançamento de procedimentos mais elevado desde o início desta série, em 2010, devido, sobretudo, ao lançamento de concursos de novas linhas de metro e ferrovias”.

No que diz respeito ao volume de contratos de empreitadas no âmbito de concursos públicos, celebrados até ao final de abril e objeto de reporte no Portal Base, este somou 512 milhões de euros, registando-se uma variação negativa de 8 por cento face ao período homólogo de 2019.

Porém, a AICCOPN nota que a variação homóloga temporalmente comparável (v.h.t.c.), isto é, utilizando apenas a informação que é disponibilizada até ao dia 15 de cada mês seguinte à data de celebração do contrato, esta apresentou uma variação positiva de cinco por cento.

Os contratos de empreitadas celebrados em resultado de Ajustes Diretos e Consultas Prévias totalizaram 122 milhões de euros, mais 11 por cento em termos homólogos, valor a que corresponde uma v.h.t.c. positiva de 15 por cento.

No seu conjunto, o montante total de empreitadas de obras públicas objeto de celebração de contrato e registado no Portal Base foi de 669 milhões de euros, menos seis por cento em termos homólogos, mas ao qual corresponde uma v.h.t.c. positiva de cinco por cento.

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