Construção suporta primeiro impacto da pandemia

A Associação de Empresas de Construção e Obras Publicas e Serviços (AECOPS) divulgou os indicadores da conjuntura do setor da construção e obras públicas.

A estimativa rápida do PIB elaborada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o primeiro trimestre de 2020 aponta para uma queda homóloga de 2,4 por cento e uma redução de 3,9 por cento, face ao último trimestre de 2019, ambas em termos reais. Segundo o INE, “a contração da atividade económica reflete o impacto da pandemia COVID-19 que já se fez sentir significativamente no último mês do trimestre”, tendo sido registada a última variação homóloga negativa do PIB no terceiro trimestre de 2013.

Já no que concerne ao setor da Construção em particular, de acordo com o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas - COVID19, realizado pelo INE, e analisando os resultados apurados na semana de 20 a 24 de abril (em pleno estado de emergência), 8,5 por cento das empresas de construção declararam ter suspendido temporariamente a atividade ou encerrado definitivamente.

Do total das empresas, 62,9 por cento registaram uma redução no volume de negócios, e num terço dessas essa diminuição foi superior a 50 por cento. Quarenta e cinco por cento das empresas tiveram o número de pessoas efetivamente a trabalhar reduzido, sendo que 24,1 por cento dessas apontaram para uma diminuição superior a 50 por cento no número de trabalhadores.

Segundo o documento divulgado pela AECOPS, em termos quantitativos, o Índice de produção da Construção, também da responsabilidade do INE, registou, no primeiro trimestre do ano, uma variação homóloga acumulada de - 0.6 por cento. Este índice já não apresentava uma variação homóloga negativa desde o final de 2016.

De igual modo, os resultados do primeiro trimestre do Inquérito ao emprego, do INE, apontam para uma redução homóloga de 2,1 por cento do número de trabalhadores do setor da construção, que rondaram os 302 mil até março de 2020, isto é, menos 6,5 mil do que no trimestre homólogo de 2019.

A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) revelou que os fogos novos licenciados pelas câmaras municipais registaram um decréscimo homólogo de 6,1 por cento no primeiro trimestre deste ano, devido à “forte contração” de 32 por cento registada no mês de março, somando 5.864 alojamentos.

Apesar dos constrangimentos resultantes do estado de emergência, o mercado das obras públicas manteve-se estável em abril, sendo que os concursos lançados nos primeiros quatro meses do ano aumentaram 30 por cento face a 2019.

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