Aumentam receios sobre evolução da atividade económica
Segundo a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Publicas (AICCOPN), a estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB), relativa ao terceiro trimestre de 2020, refletindo um contexto de reabertura progressiva da atividade económica verificado neste período, aponta para um aumento de 13,2 por cento, em cadeia, após a forte contração de 13,9 por cento no trimestre anterior, valor que superou a generalidade das estimativas.
De acordo com a Conjuntura da Construção divulgada pela AICCOPN, relativamente aos indicadores setoriais, os dados têm-se revelado mais positivos que o inicialmente esperado, com o Banco de Portugal, nas suas últimas previsões macroeconómicas, a destacar a elevada resiliência do setor da construção civil e obras públicas e o seu contributo para a economia nacional.
No terceiro trimestre de 2020, o consumo de cimento no mercado nacional totalizou 930 mil toneladas, o que traduz um crescimento de 11,7 por cento em termos homólogos, e eleva para 2,7 milhões de toneladas, o consumo desta matéria-prima desde o início do ano.
Ao nível do licenciamento, nos três meses terminados em agosto assistiu-se a “uma forte recuperação”, com o total de licenças emitidas pelas câmaras municipais a subir oito por cento, face a igual período do ano anterior. “Contudo é ainda insuficiente para recuperar das fortes quebras sentidas no período do confinamento, pelo que no cômputo dos oito meses de 2020 a variação ainda permanece negativa”, lê-se no documento.
Relativamente ao crédito concedido aos particulares pelas instituições financeiras para aquisição de habitação houve, no mês de agosto, um forte impulso neste indicador de procura, crescendo 11,6 por cento em termos homólogos, o que aumenta para 7.127 milhões de euros o montante já concedido desde o início do ano e que corresponde uma variação de 7,1 por cento em termos acumulados.
A AICCOPN informou ainda que em setembro o valor mediano de avaliação bancária, realizada no âmbito da concessão de crédito à habitação, manteve-se em 1.128 euros por metro quadrado, traduzindo uma subida de 5,8 por cento (mais 62 euros por metro quadrado) quando comparado com setembro de 2019.
No segmento das obras públicas, os concursos promovidos e contratos celebrados de empreitadas de obras públicas encerraram no terceiro trimestre com variações positivas de 17,3 por cento e 13,9 por cento respetivamente.
A associação salientou que esta evolução “é fortemente condicionada pelo significativo aumento da incerteza em torno do comportamento do atual surto pandémico e a possibilidade de ressurgimento de medidas restritivas cujos impactos na economia poderão ser muito significativos no conjunto da atividade económica”.
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