AICCOPN diz que alerta “há anos” para necessidade de construir

O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Manuel Reis Campos, disse que o setor “há anos” que alerta para a necessidade de construir mais e apelou à reconversão de edifícios de serviços, por exemplo, em habitação.

À margem de uma conferência sobre habitação e contratação pública, que decorreu a 6 de fevereiro na Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), no Porto, o líder da entidade disse que esperava que o Conselho de Ministros previsto para este mês de fevereiro para fazer face aos problemas da habitação ajudasse a resolver os problemas deste segmento, “que são muitos”.

“Houve durante muito tempo um alheamento total porque há 15 anos dizia-se que havia casas a mais”, destacou.

“Precisamos de construir mais, reabilitar mais e fazer a manutenção dos edifícios”, referiu, pedindo que seja resolvido “o problema dos licenciamentos” e que se acabe com “impostos desajustados à realidade”.

Manuel Reis Campos disse ainda que “a banca não pode neste momento ter uma taxa para os depositantes e outra para emprestar”.

Para o presidente da AICCOPN, como solução de curto prazo “devia haver uma facilitação dos edifícios para serviços” para que, “por exemplo, pudessem ser usados para habitação”, nomeadamente para “os jovens que precisam de tipologias mais pequenas”, o que faria com que se ganhasse tempo na construção e reabilitação de habitação.

O mesmo responsável disse ainda que o investimento público hoje é de 1,9 por cento, ou 114 mil habitações em seis milhões, assegurando que “era previsível que o problema da habitação se mantivesse”.

“Temos de dividir [o problema dos preços]”, indicou, destacando que há duas realidades, Lisboa e Porto, “e depois o resto. Há a periferia do país e os territórios de baixa densidade. Devia haver incentivos para os jovens que quisessem viver fora dos grandes centros”, indicou.

“A habitação tem de ser resolvida com verdade”, salientou, desvalorizando questões como o alojamento local, vistos ‘gold’ e compras de casas por estrangeiros como fatores com muito peso no aumento dos preços.

Quando se reabilita “um prédio velho não é preciso dotá-lo de todas condições que o prédio novo tem”, destacou, salientando que “é preciso reabilitar para que 700 mil habitações devolutas entrem no mercado”.

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