Terceira ponte entre Valença e Tui vai ser pedonal e ciclável
Os autarcas de Valença, no Alto Minho, e Tui, na Galiza, Espanha, apresentaram o projeto de parque urbano fluvial transfronteiriço de mais de cinco milhões de euros que prevê a construção de uma ponte pedonal e ciclável.
Em conferência de imprensa conjunta, realizada no Paços do Concelho de Valença, o autarca Manuel Lopes disse que o projeto é um “marco histórico” para a cidade portuguesa “que nasceu, cresceu e se desenvolveu ao longo dos anos numa relação íntima e afincada com os vizinhos de Tui”.
“Se o nosso território foi, ao longo de muitos anos separado por uma barreira natural, o rio Minho, hoje essa barreira natural é nada mais que um elo de ligação entre as duas populações. É um projeto de ambas as cidades, amadurecido ao longo de vários meses. Queremos Valença e Tui viradas para o rio Minho e de mãos dadas para o futuro”, reforçou o presidente da Câmara de Valença.
A área total do futuro parque transfronteiriço, que poderá começar a ser concretizado em 2022, após garantir financiamento de fundos comunitários, atingirá os 250 mil metros quadrados e uma extensão de 5,7 quilómetros.
O projeto será executado “por fases”, sendo que a primeira, onde está prevista a construção da ponte pedonal e ciclável “ascende os cinco milhões de euros, valor que poderá aumentar à medida que o projeto for sendo completado”.
“Sem financiamento comunitário é impensável concretizá-lo, mas penso que Bruxelas estará na disposição de olhar para estas duas cidades que não se repetem em mais nenhuma zona da Península Ibérica. Podemos chegar à ponte metálica e falar para o lado de Espanha e ouvem-nos”, disse. Para o autarca trata-se de “um valor acessível”, atendendo “à proximidade de povos e de costumes”.
Depois da ponte rodo-ferroviária e da ponte nova, a ponte pedonal e ciclável será a terceira a ligar Valença e Tui, constituída em 2012, e que terá entre “350 e 400 metros” de extensão.
O autarca de Tui, Enrique Cabaleiro, disse tratar-se de um projeto “estratégico” para um território “onde vivem perto de 40 mil pessoas” e que pretende “superar as dificuldades de mobilidade pedonal” detetadas nos dois lados do rio Minho.
“Esse número reflete a magnitude da nossa eurocidade e da sua importância", disse, referindo que as duas pontes internacionais foram construídas para o trânsito de veículos, mais do que à mobilidade de pessoas”.
“São pontes desenhadas para favorecer a mobilidade rodoviária, e ferroviária, no caso da ponte metálica, e não tanto para as pessoas. De um tempo a esta parte temos constatado que o conceito de mobilidade, felizmente, na Europa e também nos territórios transfronteiriços está a mudar e a virar-se para as pessoas”, referiu o autarca de Tui.
Para Enrique Cabaleiro “em Tui e Valença esse novo conceito de mobilidade apresentava carências importantes e daí a necessidade de construir uma ponte exclusivamente pedonal”.
Dentro de “quatro a cinco meses” estará concluído o concurso de ideias para a elaboração do projeto, que terá cerca de 25 hectares.
Aquele estudo contempla uma intervenção em toda a margem do rio Minho, desde a Senhora da Cabeça, em Cristelo Côvo, até a uma zona a nascente da ponte rodo-ferroviária, na veiga de Ganfei, até à Catedral de Tui.
A “via verde marginal, sempre junto ao rio, com perfil de parque urbano, ligará o parque da Senhora da Cabeça ao parque da Veiga de Ganfei e deste ao Paseo Fluvial, que através de uma ecovia liga diretamente ao centro histórico de Tui”.
No percurso haverá ainda “outras ligações, nomeadamente à fortaleza de Valença, junto à centenária ponte metálica”. O novo percurso integrará os já existentes ao longo da ecopista do rio Minho.
Do lado português, o projeto prevê a “ampliação” do parque da Senhora da Cabeça e a criação de um conjunto de infraestruturas de lazer, entretenimento e desportivas para potenciar a zona da Veiga de Ganfei, situado junto ao rio.
Está ainda prevista a implantação de um espaço de acolhimento, porta de entrada do parque, na parte norte da zona da Veiga de Ganfei.
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