INE publica Estatísticas da Construção e Habitação referente a 2024
FOTO JASON GRANT/ UNSPLASH
Christina Genet
O estudo revela que as obras concluídas e os edifícios licenciados em Portugal continuam a crescer, enfrentando ao mesmo tempo um aumento dos preços da habitação.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) acaba de divulgar um relatório completo sobre a construção e a habitação em Portugal em 2024. O estudo reúne dados do Sistema de Indicadores de Operações Urbanísticas (SIOU) e informação sobre o mercado habitacional.
O organismo assinala um aumento dos edifícios licenciados, sobretudo da construção nova destinada a habitação familiar, que cresceu 8 % face a 2023. As licenças para obras de reabilitação também aumentaram com mais 3,4 %. No entanto, as construções novas continuam a ser predominantes, correspondendo a 82,8 % do total de obras concluídas em 2024. De forma geral, o número estimado de fogos concluídos cresceu 6,8 % em comparação com o ano anterior.
Aumento do nível dos preços da habitação
Em paralelo à progressão das obras concluídas e dos edifícios licenciados, também aumentou o número de alojamentos comprados e vendidos, com um total de 156 325 transações, sobretudo de habitações existentes. Mas o que marca particularmente os resultados do estudo sobre o ano de 2024 é o aumento do nível dos preços da habitação.
Em 2024, o preço mediano dos alojamentos familiares em Portugal foi de 1 777 €/m² – com grandes disparidades no território nacional. O município de Lisboa registou o valor mais elevado do país, com 4 340 €/m², seguido de Cascais (4 053 €/m²) e Oeiras (3 452 €/m²). O relatório observa também uma progressão do valor das rendas, que atingiram o valor mediano de 7,97 €/m² nos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares, ou seja um aumento de 10,5 %.
O estudo do INE coloca estes dados em perspetiva, com uma análise da pressão construtiva nacional entre 2011 e 2023. Destaca nomeadamente a evolução da população residente em Portugal, que cresceu 0,7 % nesse período, novamente com disparidades regionais. Enquanto o Algarve, a Península de Setúbal e a Área Metropolitana de Lisboa conheceram um crescimento populacional, o Alentejo, a Região Autónoma da Madeira e a região Centro perderam população.
Outros artigos que lhe podem interessar