Entrevista a Phillip Zumbrunnen
Philipp nasceu na Suíça, tendo-se formado primeiro como carpinteiro e encarregado de obra e depois como gestor de projetos de um gabinete de arquitetura sediado em Zurique e especializado em edifícios de madeira. Estudou depois Engenharia de Madeiras na Universidade de Berna, em Biel, tendo-se qualificado como engenheiro de estruturas de madeira em 2007. Começou a trabalhar como engenheiro de projetos na Blumer-Lehmann AG, antes de se mudar para Londres para ser o Diretor de Projetos da Eurban. Atualmente, gere e dirige a equipa de arquitetos e engenheiros da Eurban.
Entrevista por Jorge Branco e Cátia Vilaça | Fotografia D.R.
Olhando para a sua biografia e percurso, parece que sempre teve uma ideia clara de construir com madeira, de ser um projetista de madeiras. Lembra-se quando é que este objetivo se tornou claro, ou quais foram as suas influências?
A minha carreira foi influenciada, precocemente, pela construção em madeira, essencialmente devido à minha formação de base como carpinteiro. Fiquei impressionado pelo trabalho dos carpinteiros desde muito cedo, e escolhi esse início de carreira. Esta formação deu-me um conhecimento profundo sobre a madeira e a forma como as coisas são construídas. Mesmo atualmente ainda utilizo esta experiência no meu trabalho diário. Sinto-me um privilegiado por ter tido uma formação tão abrangente, com conhecimento teórico e prático, através do sistema híbrido de educação disponível na Suíça.
Atualmente, é diretor de projetos na Eurban. Pode descrever as suas principais atividades?
Estou envolvido na maioria dos nossos projetos, do início ao fim. O meu envolvimento acontece sobretudo no início, na fase de conceção e estimativa, antes de as equipas de projeto assumirem o trabalho. Depois, continuo a seguir os projetos para acompanhar a parte técnica e material. Uma boa parte do meu trabalho consiste em manter atualizado o nosso conhecimento sobre novos desenvolvimentos e produtos no mercado.
A Eurban é uma referência no setor, atuando num mercado muito competitivo e com vários prémios. Quais são os atuais e os futuros desafios para um gabinete de projeto de estruturas madeira como a Eurban?
Ainda operamos num nicho do setor da construção, mas já demos passos importantes na conquista de uma quota maior de mercado. Nos dias que correm também não precisamos de explicar a razão de construir com madeira – a questão é mais como fazer e como demonstrar que também podemos ter projetos de grande dimensão. Os projetos em que nos estamos a envolver têm-se tornado maiores, o que é bom porque dá-nos a possibilidade de demonstrar todas as capacidades da madeira enquanto material, e também da indústria da madeira como um todo. Mas está a trazer o desafio da capacidade, que é uma mudança real para toda a indústria. (...)
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