Durabilidade aos agentes biológicos de novos produtos de madeira (EWP)
O desenvolvimento de novos produtos de madeira (Engineered Wood Products – EWP), como a Madeira Lamelada Colada (GLT) ou a Madeira Lamelada Cruzada (CLT), possibilitou ultrapassar antigas limitações da madeira enquanto material estrutural, expandindo o seu uso na construção de edifícios tanto em número, como em altura. A oportunidade de um melhor aproveitamento das características mecânicas da madeira a partir dos EWP, bem como o seu perfil sustentável, colocam-na novamente numa posição competitiva no mercado da construção.
O potencial da madeira no combate às alterações climáticas é comprovado pelas análises de ciclo de vida realizadas por diversos autores. Por exemplo, reportaram-se reduções de 34% a 84% na emissão de gases com efeito de estufa ao substituir estruturas metálicas e de betão por estruturas de madeira num estudo conduzido por Skullestad et al.. Neste sentido, os EWP surgem como uma alternativa para o setor da construção, uma vez que se estima que 40% de todo o consumo de energia, 36% das emissões de gases com efeito de estufa, 40% do consumo de matéria-prima e 33% de todos os resíduos gerados, provêm desse setor.
Os EWP são produtos feitos de fibras, lâminas ou lamelas de madeira selecionadas, preparadas e coladas, como a Madeira Lamelada Colada (GLT) e a Madeira Lamelada Cruzada (CLT). Apesar de serem considerados os produtos de origem florestal com maior valor agregado, a sua durabilidade em diversos climas ainda é desconhecida, resultante do seu desenvolvimento e uso predominante em regiões onde o clima frio reduz a presença e atividade dos agentes bióticos de degradação da madeira.
O crescente interesse pela utilização da madeira como material estrutural para edifícios em altura é uma grande oportunidade para a indústria da madeira, mas traz consigo uma série de desafios. Entre eles, a resistência ao fogo e o controlo da humidade, este último com influência direta na degradação biológica da madeira e, consequentemente, na durabilidade desta tipologia de construção em diferentes climas. (...)
Por Lina Nunes, Departamento de Estruturas, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, e Daniel F. Lima, Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Minho, ISISE
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