Arquiteto Carrilho da Graça ganha Prémio Nuno Teotónio Pereira 2022
O arquiteto João Luís Carrilho da Graça foi distinguido com o Prémio Nuno Teotónio Pereira 2022 pelo projeto do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, em Abrantes, segundo informação publicada pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
Atribuída por este instituto público, a distinção foi entregue a 30 de janeiro, numa cerimónia no Museu da Eletricidade, em Lisboa, como se lê na página do IHRU na Internet.
O galardão foi entregue ao Prémio Pessoa em 2008 na vertente de Reabilitação de Edifício de Equipamento pelo projeto de reabilitação e adaptação do Convento de São Domingos a Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, em Abrantes.
Inaugurado em 2021, o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, instalado no Convento de São Domingos, é da autoria do arquiteto João Luís Carrilho da Graça, com museografia do designer Nuno Gusmão, e museologia de Fernando António Batista Pereira e de Luiz Oosterbeek, indica o ateliê do arquiteto, em comunicado divulgado.
O projeto “desenvolve-se a partir de uma dialética que procura esclarecer o conjunto conventual pré-existente”, segundo o ateliê, “partindo dos pressupostos programáticos e logísticos inerentes à construção das condições museológicas num edifício histórico”.
Organizados em torno do claustro original, “os espaços do convento veem revelada e explorada pelo projeto uma inesperada qualidade e flexibilidade arquitetónica que mais sublinharam a necessidade do restauro, reabilitação e dotação infraestrutural do edifício se pautar por um silêncio formal, e uma ocupação funcional adaptados às características espaciais e estruturais do conjunto”, descreve o ateliê.
O edifício possui serviços técnicos e de apoio ao funcionamento do museu, espaços expositivos para núcleos específicos das coleções e fundos depositados na Câmara Municipal de Abrantes, como acervos municipais de arqueologia e arte do município, a Coleção Estrada, a Coleção da pintora Maria Lucília Moita e a Coleção de Arte Contemporânea Figueiredo Ribeiro.
Nascido em Portalegre, em 1952, João Carrilho da Graça é autor, entre outros projetos, do Museu do Oriente, da musealização arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge, da Escola Superior de Música do Politécnico de Lisboa e da Escola Superior de Comunicação Social, concluída em 1993, vencedora do Prémio Secil no ano seguinte.
Carrilho da Graça licenciou-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1977 (atual Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa), ano em que iniciou a sua atividade profissional.
Foi por várias vezes nomeado para o prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe (1990, 1992, 1994, 1996, 2009, 2011, 2013, 2019), e distinguido com o Prémio Valmor pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares (1998) e pela Escola Superior de Música (2008).
Ao conjunto da sua obra foram já atribuídos diversos prémios, nomeadamente o da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA), em 1992, a Ordem de Mérito da República Portuguesa (1999), o título de Chevalier des Arts et des Lettres da República Francesa (2010) e a Medalha da Academia da Arquitetura de França (2012).
O Prémio Nuno Teotónio Pereira, o mais antigo no setor do imobiliário em Portugal, promovido pelo IHRU, teve, em 2016, o seu nome alterado com o objetivo de prestar homenagem ao arquiteto Nuno Teotónio Pereira (1922-2016).
Este galardão foi criado para distinguir e incentivar as boas práticas nas áreas de atuação do IHRU na vertente de reabilitação urbana e de produção científica.
Na edição de 2022, foram ainda premiados, na Variante Reabilitação de Edifício Habitacional, a Casa na Rua Álvares Cabral (projeto de Inês da Silva Pimentel), a Reabilitação/Conversão de edifício de escritórios para habitação e comércio (Contacto Atlântico Arquitectos) e a Reabilitação de Edifícios para renda acessível na Rua Infante D. Henrique (André Eduardo Tavares, menção honrosa).
Na Variante Reabilitação de Conjunto Urbano ou Requalificação de Espaço Público o prémio foi para a Avenida Condestável D. Nuno Álvares Pereira (Paulo Tormenta Pinto), e o Centro de Artes e Criatividade (Município de Torres Vedras) e o Bairro do Sobreiro (Nuno Lopes e Sofia Mota) tiveram menção honrosa.
Na Vertente Trabalhos de Produção Científica foram distinguidos os trabalhos de João Manuel Chaves de Barros Santa Rita e Mariana Sofia Abranches de Aguiar Antunes.
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