Projeto para a praia do Ourigo no Porto inclui retirada do betão

O novo projeto de licenciamento que deu entrada na Câmara do Porto para a construção do ‘Beach Club’ na praia do Ourigo pressupõe a desmontagem da estrutura em betão e a construção de dois volumes em vidro e madeira.

De acordo com a memória descritiva do projeto de licenciamento das obras de construção do ‘Beach Club’ na praia do Ourigo, consultado pela agência Lusa, o processo foi “desbloqueado no mês de julho”, mais de um ano depois da construção de uma estrutura em betão ter gerado uma onda de contestação e levado ao embargo da obra, em junho de 2021.

O novo licenciamento encontra-se em “fase de apreciação” na Câmara do Porto e pressupõe a “desmontagem da estrutura pré-fabricada em betão” ali existente, referiu o gabinete de arquitetura responsável pelo projeto.

Depois da desmontagem da estrutura de betão, o promotor pretende construir naquela concessão balnear “dois volumes”, um “principal” que albergará o restaurante, cozinha, apoios de serviço e uma esplanada com terraço superior (roof top), e um “pequeno volume” destinado a apoio de praia.

O “pequeno volume”, localizado a norte da estrutura principal, acolherá um posto de socorro para assistência médica, um armazém de equipamentos de praia e três instalações sanitárias.

O projeto pressupõe também a reabilitação das escadarias de acesso à avenida D. Carlos I, da esplanada e da zona coberta com vidro e madeira, assim como das áreas de serviço sob os acessos em escada.

“O volume principal implanta-se agora a norte e estabelece um novo acesso direto desde a avenida D. Carlos I à cobertura deste corpo, dando continuidade a um novo percurso público de acesso à praia, o que foi considerado uma mais-valia”, referiu a arquiteta.

Entre o edifício principal a construir e o muro será criada uma “zona exterior coberta” para armazenar temporariamente o lixo, lê-se no documento.

Quanto aos materiais de construção a utilizar, a memória descritiva indica que toda a construção será realizada com “estrutura de madeira e apainelados folhedos a madeira à vista de ipê, a mesma madeira que foi utilizada na intervenção realizada há já alguns anos na esplanada, pérgulas e acessos”.

“As diversas coberturas serão realizadas numa estrutura em madeira, garantindo-se que fiquem livres de equipamentos das redes de infraestruturas, de modo que não haja interferência no campo visual que se desfruta desde a cota alta do passeio marginal”, assegura o documento.

Numa estimativa orçamental anexa ao processo, a arquiteta adianta que a obra rondará os 199 777 euros, sendo que, destes, 160 479 euros são referentes à construção da estrutura principal (restaurante), 24 892 euros ao apoio de praia e 14 406 euros à remodelação interior do volume da esplanada existente.

A 4 de novembro, em resposta à agência Lusa, a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) adiantou que a Direção de Serviços dos Bens Culturais emitiu um parecer não favorável ao novo projeto, a 22 de setembro, “tendo em conta a proximidade do Forte de São João e o atual perfil sem obstáculos, para os conjuntos classificados, das linhas de mar e da margem do rio”.

“Não poderá haver nenhum elemento acima da amurada confinante com o arruamento”, acrescentou aquela entidade.

O Jornal de Notícias avançou a 31 de outubro que uma nova proposta de alteração ao projeto de reconstrução do ‘Beach Club’ na praia do Ourigo tinha dado entrada na Câmara do Porto.

A autarquia confirmou que o processo de licenciamento se encontra, neste momento, “em fase de apreciação”.

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