LNEC prepara guia para utilização de argamassas para rebocos

O LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a APFAC – Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção criaram um Projeto de Especificação – Guia para a utilização de argamassas para rebocos exteriores de paredes de alvenaria.

O projeto tem como objetivo a garantia de condições de concorrência equitativas e a criação de regulamentação própria para o fabrico de argamassas de estaleiro, defendendo um maior controlo sobre o processo de produção, de forma a respeitar o ambiente, a qualidade e o bom desempenho da argamassa.

De acordo com a APFAC, estima-se que em Portugal cerca de dois terços das argamassas empregues na construção sejam produzidas em estaleiro de obra, não sendo por isso alvo do mesmo controlo e rigor de preparação das argamassas fabris.

A associação dos fabricantes de argamassas considera esta realidade “inaceitável”, pois “a qualidade e a durabilidade são imperativos perante os desafios que se impõem num percurso de sustentabilidade e de controlo de qualidade exigido às empresas e à economia”.

“É no mínimo muito incoerente quando, na era da digitalização e do desenvolvimento tecnológico acelerado, incontornavelmente se caminha para a normalização e maior controlo de processos, visando a eficiência e a melhoria contínua da qualidade em todas as atividades produtivas”, sustentou o presidente da APFAC, Luís Goucha, em comunicado divulgado.

A APFAC diz que a utilização e comercialização de matérias-primas não controladas, em termos de qualidade, da sua proveniência e do seu armazenamento, para além de não garantirem requisitos de desempenho dos produtos seja ele físico, mecânico ou químico, vêm acompanhadas de outros motivos de preocupação.

“Desde logo pelos danos ambientais causados com a extração em locais não licenciados, assim como pela não garantia da higiene e da segurança dos trabalhadores e até dos cidadãos quando assistimos à ocorrência de descarga de matérias-primas em contacto com o meio ambiente, quer nas vias públicas, quer nos estaleiros”, acrescentou a associação setorial.

O LNEC, junto com a APFAC, apresentou uma proposta para alterar o status entre as duas argamassas, de forma a “diminuir o fosso legal/normativo/regulamentar, traduzido pela concorrência desleal que as argamassas produzidas em estaleiro não sujeitas a controlo nem fiscalização, impõem às argamassas fabris”.

Esta iniciativa está a ser articulada com uma proposta junto do governo, para a criação de regulamentação própria que estabeleça regras para a produção de argamassas em obra, nomeadamente a aplicação de sistemas de controlo, tais como os que vigoram para as argamassas de produção industrial e que decorrem do Regulamento Europeu dos Produtos de Construção, desenvolvido pelo CEN (European Committee for Standardization).

O projeto visa principalmente a utilização de argamassas para rebocos exteriores de paredes de alvenaria, ficando muitas outras argamassas fora do alcance do referido guia.

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