Finalista: e agora?...[1 de 2]

Entrei no curso durante o rescaldo de três anos de Troika em Portugal. Nesse verão de 2014, prédios inacabados, construtoras a fechar portas e o êxodo de trabalhadores da construção civil para o estrangeiro era algo comum e amplamente noticiado. Agravando a situação, e focando-se neste declínio da Indústria da Construção, os jornais portugueses foram exímios em espalhar o medo pelos jovens recém-saídos do ensino secundário e prestes a tomar uma das maiores decisões da sua vida. No que sempre me pareceu um ataque coordenado ao ensino da Engenharia Civil, eram várias vezes denunciadas as quedas das médias de entrada, as vagas por preencher, o desemprego dos recém-formados (e de engenheiros experientes) e a necessidade de emigração para arranjar trabalho.

A minha questão na altura sempre foi a razão pela qual se chegou a este ponto. Não continuava este curso, em faculdades como a FEUP, com todas as ferramentas que o tinham posto no topo de rankings internacionais de ensino superior? Os mesmos docentes, as mesmas instalações e a mesma qualidade de ensino que poucos anos antes raramente deixavam vagas por preencher nos concursos de acesso? Nenhuma destas questões parecia ser respondida em todos os artigos alarmantes que circularam nessa época. E desta forma, para o meu eu adolescente, apaixonado por matemática, gestão, pontes e barragens, a escolha pela Engenharia Civil não foi complicada. E tinha uma motivação extra, visto que a fraca adesão da minha geração a este curso traria uma enorme vantagem: menor concorrência quando o terminasse.

Em retrospetiva a este percurso académico, o estudo da Engenharia Civil ao longo de um mestrado integrado foca-se em muito mais do que os conceitos teórico-científicos essenciais para compreender a área. A constante apresentação de problemas multidisciplinares, que podem ir do dimensionamento de uma rede hidráulica à movimentação de aterros para a construção de uma via desenvolve um sentido crítico peculiar que em muito ajuda ao crescimento dos estudantes. (...)

José Miguel Simões Silva, finalista do Mestrado Integrado em Engenharia Civil da FEUP [2020/2021]

Artigo completo na Construção Magazine nº104 jul/ago 2021, dedicado ao tema 'Profissão: Engenheiro Civil'

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