Câmara do Porto quer construir habitações sociais térreas

A Câmara Municipal do Porto quer construir habitações sociais térreas destinadas a pessoas com dificuldade de mobilidade no Bairro do Património dos Pobres da Paroquia de Ramalde, “recriando” o tipo de habitação lá existente e acrescentando “zonas condóminas”.

Numa visita ao local, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que o objetivo é “recriar o tipo de construção existente, mas de acordo com as normas requerentes atualmente”.

“Queremos criar habitações de rés-do-chão, destinadas a pessoas com dificuldade de mobilidade, da terceira idade ou não, com zonas condóminas. Um pouco como ‘co-living’, mas cada pessoa tem a sua habitação social com a sua entrada”, referiu Rui Moreira.

Em 1954, a Câmara do Porto cedeu uma parcela de terreno com 880 metros quadrados “a título gratuito” à Comissão Fabriqueira da Paróquia de Ramalde, para lá serem construídas 12 casas para famílias com carências.

No Bairro do Património dos Pobres da Paróquia de Ramalde vivem atualmente 12 famílias que a autarquia pretende realojar no segundo bloco do Bairro do Pereiró, situado nas proximidades e que recentemente ficou concluído.

“Isto está numa situação de grande degradação. Falámos com a Igreja no sentido de este património regressar à câmara e vamos começar por realojar estas pessoas nas casas que estão disponíveis neste bloco”, esclareceu o autarca, acrescentando que, num primeiro momento, foi colocada a hipótese de ali se fazer um jardim público.

“Não faz sentido porque há muitos na proximidade”, afirmou Rui Moreira, defendendo que “os lugares devem ser de memória”.

“Esta memória de haver aqui pequenas casas é uma memória que pretendemos preservar e iremos lançar o concurso de arquitetura”, revelou.

Segundo o autarca, o projeto, que “ainda está a ser delineado”, poderá ascender aos dois milhões de euros, dependendo do número de casas que podem vir a ser construídas, estimando-se que possam vir a ser “entre 12 e 15 ou até mais”. 

“Será sempre um investimento significativo e é fácil imaginar que isto seja um investimento de dois a dois milhões e meio de euros”, adiantou o presidente, acrescentando que, “de repente, temos uma zona da cidade em que muitas das carências que aqui havia há uns anos desapareceram”, referindo-se também à conclusão da empreitada do Bairro Pereiró, construído em 1955.

Da reabilitação do bairro, que se dividiu em duas fases e ascendeu aos 2,8 milhões de euros, resultaram 60 habitações sociais distribuídas por dois blocos, sendo que o primeiro já está totalmente ocupado.

Com 16 habitações sociais de tipologia T1 e 16 de tipologia T2, o segundo bloco do bairro deverá ser ocupado pelas famílias do Bairro do Património dos Pobres da Paroquia de Ramalde e por outras que aguardam por uma habitação social na cidade.

A habitação social no Porto representa 13 por cento do património edificado da cidade, o que corresponde a uma gestão municipal de cerca de 13 mil fogos onde vivem 30 mil pessoas.

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