Estudante da Universidade do Minho premiada por sistema de fachada adaptativa
Luani Costa, investigadora da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, venceu o primeiro prémio na categoria Micro Arquitetura do 14º Concurso para Estudantes ”Estruturas Têxteis para Novos Edifícios”, atribuído dia 9 de maio na feira Techtextil, que decorre neste momento em Frankfurt.
O sistema para proteção de fachadas proposto por Luani Costa, desenvolvido no âmbito de uma dissertação de mestrado orientada por Raul Fangueiro e Luís Ramos, consiste numa membrana com componentes triangulares que podem ser abertos ou fechados individualmente ou como uma unidade única, de acordo com a intenção do utilizador e como forma de responder às condições climatéricas – vento, chuva ou luz solar. Um eixo alimentado através de eletricidade e embutido em cada um dos segmentos da membrana está concebido de modo a permitir que a membrana se possa dobrar, o que possibilita que parte da fachada esteja exposta.
Para que isto seja possível, cada elemento triangular da fachada possui hastes elásticas incorporadas na membrana em duas extremidades, bem como no eixo central. A haste central e as laterais unem-se na ponta e são ligadas através de elementos de reforço rígidos. Quando os dois cantos opostos à ponta se unem na moldura rígida, as hastes elásticas e, por arrastamento, a membrana, são obrigadas a curvar, revelando parte da fachada.
A investigadora sugere que o sistema seja aplicado em fachadas e coberturas de edifícios novos ou existentes, embora haja naturalmente limitações de peso para as aplicações em coberturas.
2º prémio para para a Universidade Técnica de Viena
Ainda na categoria de Micro Arquitetura, Julia Mayer, da Universidade Técnica de Viena, na Áustria, foi distinguida com o 2º prémio pelo sistema Tryplo, uma reinterpretação de um sistema modular com recurso a componentes têxteis, que pode ser usada, por exemplo, em mobiliário.
Categoria Macro Arquitetura
Na categoria de Macro Arquitetura, o 1º prémio foi para Katrin Fleischer, da Universidade Técnica de Munique, pelo conceito estrutural de uma cobertura que se dispõe sobre o objeto a cobrir. O conceito baseia-se numa grelha retrátil em formato de abobada e uma cobertura em membrana tensionada através de um ripado que se dobra. O sistema está concebido para cobrir estruturas cujo formato se altera.
O 2º prémio nesta categoria foi entregue a Margarita Fernández Colobás, Miguel Ángel Maure Blesa e Raquel Ocón Ruiz, da Universidade Politecnica de Madrid, e Hugo Cifre, da Universidade Europeia de Madrid, por um projeto de uma estrutura pneumática.
Um projeto a pensar nos refugiados
O 3º prémio foi para Ahmad Nouraldeen, da Universidade de Ciências Aplicadas de Anhalt, na Alemanha, por um projeto que tem como objetivo dignificar os alojamentos temporários dos refugiados, criando condições de isolamento térmico e ventilação em tendas de campos de refugiados. O tecido habitualmente usado em tendas é transposto para uma membrana amortecedora de duas camadas, com a ajuda de uma membrana interna dobrável de bambu. O formato da estrutura assemelha-se a uma tenda de nativos americanos. O projeto socorre-se também de fontes de energia renovável.
Materiais inovadores
Na categoria de materiais inovadores, o primeiro prémio foi para Natascha Unger e Idalene Rapp, da Kunsthochschule Berlin-Weißensee pelo projeto Stone Web, sobre design de estruturas leves, e o segundo premio foi para Malu Lücking, Rebecca Schedler e Jack Randol, da mesma entidade, pelo projeto Shifting Stones, que faz uso de fibras de basalto.
Por fim, o único prémio atribuído na categoria de Compósitos e Estruturas Híbridas foi para Anne-Kathrin Kühner, também da Kunsthochschule berli-Weißensee, pelo projeto Concrete textile, que combina as propriedades do betão e dos têxteis.
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